Mineralogia da Formação Irati e suas implicações paleoambientais, paleoclimáticas e estratigráficas na Bacia do Paraná, região de Sapopema, Paraná

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Santos, Werlem Holanda dos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
• Palavras-chave em Português: Irati Formation; Mineralogy; Paleoenvironments; Sequence Stratigraphy; X-Ray Diffraction; Scanning Electron Microscopy; Formação Irati; Mineralogia; Paleoambiente; Estratigrafia de Sequências; Difração de raios X; Microscopia eletrônica de varredura; CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7030

O atual estudo objetivou a determinação da mineralogia da Formação Irati, relacionando-a às questões paleoambientais, paleoclimáticas e estratigráficas, na região de Sapopema. Para correlação, o trabalho também refere-se ao conteúdo orgânico das rochas da Formação Irati e sua importância econômica. A base de dados são dois poços (SP-32-PR e SP-58-PR) localizados no contexto da Borda Leste da Bacia do Paraná. Apesar da proximidade geográfica entre os poços, na região de Sapopema, a formação apresenta diferentes contextos geológicos: no poço SP-58-PR, o intervalo superior da formação está em contato com aproximadamente 60 m de uma soleira de diabásio, enquanto que no poço SP-32- PR não há o contato com a rocha ígnea. Foram realizados ensaios de difração de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MRV) e espectroscopia por dispersão de energia (EDS). Subordinadamente são apresentados dados de carbono orgânico total (COT), teor de enxofre (S), resíduo insolúvel (RI), além de dados de pirólise Rock-Eval. Os resultados para o poço SP-32-PR mostram que a Formação Irati apresenta minerais autigênicos concentrados preferencialmente no intervalo superior do Membro Assistência, onde são registrados os maiores valores de COT, S e RI. A correlação desses dados permite balizar tal intervalo com características paleoambientais de um ambiente restrito, alcalino e rico em matéria orgânica. A ocorrência de gipsita e a ausência de caulinita no topo da formação representa uma condição pontual de aridez no intervalo pelítico Membro Assistência. A variação do conteúdo mineralógico ao longo da formação se mostrou sensível à identificação de superfícies-chaves relacionadas à Estratigrafia de Sequências tanto na interface dos membros Taquaral e Assistência, quanto no limite com a Formação Serra Alta sobreposta. Os dados de geoquímica orgânica confirmaram o caráter potencialmente gerador do Membro Assistência, principalmente no intervalo com folhelhos pretos laminados. Entretanto, tal intervalo é considerado termicamente imaturo para geração de hidrocarbonetos. No Membro Assistência do poço SP-58- PR, foram encontrados minerais de origem metamórfica, como o talco e o piroxênio. As análises de MEV/EDS embasaram reações químicas a partir da saponita e quartzo, dando origem ao piroxênio enstatita e plagioclásio nas amostras próximas ao contato com a rocha intrusiva, enquanto que nos intervalos mais distantes as reações eram entre dolomita e quartzo, gerando talco e calcita.