Mais do que ler mil livros: os significados da viagem à Europa na trajetória de Francisco Lins (1911-1917)
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17255 |
Resumo: | Compreender os significados da primeira viagem de Francisco Lins (1866, Ubá/ MG – 1933, Juiz de Fora/ MG) à Europa em sua trajetória é o objetivo desta investigação. Embora esse intelectual tenha caído no esquecimento, durante sua vida, ocupou importantes espaços enquanto jornalista, educador e escritor. Colaborava com diversos jornais da época, tendo sido redator no Jornal do Comércio e no O Pharol, ambos da cidade de Juiz de Fora. Participou da fundação da Academia Mineira de Letras (AML), ocupando como membro a cadeira n.º 19. Publicou os livros: Canções da Aurora (1886), Harpas das Selvas (1887), Versos (1898), Borboletas Negras (1909), Uma Campanha pro Hermes-Wenceslau (1910). Em comissão oficial de viagem à Europa, entre 1911 e 1917, estava incumbido pela Secretaria de Agricultura de representar o Brasil na Exposição Internacional de Turim (1911) e pela Secretaria de Interior de estudar os institutos de ensino primários e profissionais da Itália, Bélgica, Suíça, França e Alemanha. Além das referidas missões, entre 1912 e 1915, o brasileiro cursou as aulas do Instituto Jean-Jacques Rousseau (IJJR). Era o único brasileiro matriculado entre os representantes de quatorze nacionalidades que integravam a primeira turma do IJJR. O instituto fundado por Édouard Claparède, em 1912, era dirigido por Pierre Bovet e contava na sua equipe com outros grandes educadores como Adolphe Ferrière, Paul Godin, François Naville, Jules Bois, Alice Descoeudres, Mina Audemars. Nos anos seguintes tornar-se-ia o principal centro de referência internacional de estudos sobre a infância e de difusão de novos métodos de ensino e atrairia educadores de diversas partes do mundo. Nesta investigação utilizei uma ampla variedade de fontes, dentre elas: notícias e textos publicados nos jornais, documentos oficiais do IJJR e cartas. Desse modo, busquei conhecer as razões, os percursos e os desdobramentos da viagem, bem como suas redes de sociabilidade e pensamento intelectual no campo da educação. Investigar essa travessia contribui para as investigações dos modos como circularam ideias, métodos e modelos educativos por meio das viagens de educadores no início do século XX, bem como para compreensão de uma possível porta de entrada das ideias da Escola Nova no Brasil, que influenciaram as reformas educacionais realizadas entre os anos 1920 e 1930. Permite, também, lançar luz sobre um educador ainda não explorado no campo da História da Educação e conhecer sua atuação nas discussões sobre a Reforma da Instrução Pública de Minas Gerais durante a gestão de Francisco Campos. |