Mercantilização do ensino superior: as consequências das mudanças produtivas para os docentes de ensino superior
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14839 |
Resumo: | O presente estudo tem como proposta investigar as mais recentes configurações do trabalho docente no ensino superior brasileiro, nos setores públicos e privados, e sua conexão com as condições mais amplas da acumulação capitalista, ou seja, a totalidade das relações capitalistas de produção. O Trabalho questiona o novo papel que o Estado capitalista adota, em função da mundialização do capital, e as consequências daí advindas para o trabalho e a formação docente neste momento em que as transformações ocorridas no campo da produção colocam como exigência a criação de um novo tipo de sujeito e trabalhador. Analisa a noção de competência no que se refere às práticas de controle que são internalizadas por esse trabalhador através da apropriação dos valores capitalistas em suas experiências na esfera do trabalho. Neste contexto, o que se observa é que os modelos de formação profissional reforçam as práticas de controle que são internalizadas pelo trabalhador através da apropriação dos valores capitalistas. O estudo propõe-se também à análise da privatização do ensino superior no Brasil. Apresenta um breve histórico sobre a educação superior no Brasil, dando ênfase às medidas legais que impulsionaram a expansão do setor privado/mercantil. Nesse percurso, aborda o conteúdo mercantil da reforma educacional do governo Lula da Silva, contextualiza as políticas de privatização do sistema de educação superior, apresentando o quadro de crescimento das instituições privadas/mercantis e a privatização ―por dentro‖ das instituições públicas. Na pesquisa documental realizada, buscou-se verificar como o trabalho do docente de ensino superior se apresentava nos trabalhos aprovados para as Reuniões Anuais da ANPED, entre 1996 e 2008. Os trabalhos foram analisados através da Teoria da análise de conteúdo e da Teoria da análise do discurso, visando uma compreensão crítica e ideológica dos discursos investigados. Verificou-se que os textos questionavam a formação docente e o decorrente desempenho profissional centrados na experiência do professor em detrimento do conhecimento, da teoria e da formação pedagógica. Analisam também a intensificação do trabalho e a prosperidade do mercado liberal e como esse processo tem reforçado a exploração dos trabalhadores, a perda de direitos sociais, a desigualdade social e a alienação. Apresentam uma preocupação com o processo de privatizações, da terceirização, da informalização, presente nas políticas educacionais e que vem conduzindo o trabalho docente à intensificação e à precarização, já que debilitado de ações coletivas e de solidariedade. A conclusão possível a que se chega ao final desse percurso de estudos é que todo esse processo necessário para a valorização e manutenção do capital na seara educacional só é possível através da divisão, do aniquilamento dos vínculos, da competitividade, do isolamento, e como consequências, do adoecimento psíquico e da alienação dos trabalhadores. O que ocorre, portanto, é tanto um progresso da dominação quanto um processo de desestruturação do ―viver junto‖. É importante reforçar que o trabalho é o meio que possibilita a realização de si, porém, ele só atinge esse patamar com a constituição do coletivo |