Transmissão vertical do HIV em uma maternidade pública de referência no nordeste do Brasil
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20992 |
Resumo: | Esta tese teve o objetivo de estimar a taxa de Transmissão Vertical (TV) do HIV em um hospital universitário de referência em São Luís e avaliar os fatores relacionados à TV do HIV. Para tal, foram desenvolvidos dois artigos. O primeiro foi um estudo de coorte retrospectiva com o objetivo de estimar a taxa de transmissão vertical do HIV em um hospital universitário no período de 2013 a 2017. Estudo de coorte retrospectivo com base nos dados das fichas de notificação/investigação de criança exposta ao HIV do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A análise considerou todas as crianças expostas ao HIV notificadas nos anos de 2013 a 2017 no hospital universitário. As variáveis do estudo foram descritas em proximais, intermediárias e distais, conforme o peso sobre a variável desfecho encontrado na literatura. Os fatores associados à TV foram avaliados pelo Qui-quadrado e pelas razões de prevalência brutas e ajustadas obtidas por regressão de Poisson. A população do estudo foi composta por 725 crianças expostas, das quais 672 crianças foram expostas e não infectadas e 53 foram infectadas. Portanto, a taxa estimada de TV no período de 2013 a 2017 foi de 7,3% (53/725). A maioria das gestantes tinha idade ≥20 anos (86,9%), escolaridade ≥8 anos de estudo (53,2%), raça negra (92,7%), trabalho remunerado/autônoma (46,9%) e residente em outro município do Maranhão (61,7%). Em relação a assistência, 86,3% fizeram o pré-natal, 74,6% fez a profilaxia com a terapia antirretroviral (TARV) durante a gestação, 81,8% fez uso da profilaxia no parto e 78,1% tiveram parto cesáreo. Entre os recém-nascidos (RN) 92,8% fizeram a profilaxia com TARV e 94,3% não foram amamentados. Dentre as variáveis distais, a escolaridade (p-valor=0.048) e etnia (p-valor=0.017) materna foram associadas à TV; entre as variáveis intermediárias, o pré-natal (p-valor=<0.001) e a profilaxia no pré-natal (p-valor=<0.001) foram associadas à TV e em relação às variáveis proximais, a profilaxia no parto (p-valor=0.042), a profilaxia do RN (p-valor=0.002) e o tempo total de profilaxia do RN (p-valor=<0.001) tiveram associação com a TV. O segundo artigo, também foi um estudo de coorte retrospectiva com o objetivo de avaliar o uso das medidas profiláticas recomendadas pelo Ministério da Saúde (MS) para redução da transmissão vertical. A análise considerou as crianças expostas ao HIV notificadas nos anos de 2013 a 2017 no hospital universitário e que tiveram parto na instituição e residência em São Luís. A população do estudo foi composta por 205 crianças expostas, no referido período. Em relação às medidas profiláticas do protocolo ACTG, a maioria (85,8%) fez a profilaxia durante a gestação, a maioria (92,7%) fez a profilaxia no parto e teve como via de parto cesáreo (86,8%). Já em relação ao recém-nascido, a maioria (99,0%) fez a profilaxia e não foi amamentada (99,5%). Conclui-se que a taxa de TV estimada neste estudo foi de 7,3%, evidenciando que ainda há fragilidades em adotar as intervenções recomendadas nos protocolos do Ministério da Saúde na sua integralidade para alcançar a redução e/ou eliminação da transmissão vertical do HIV |