"O que tem o dom do ensino, busque aperfeiçoá-lo”: circulação de sujeitos, modelos e práticas pedagógicas na preparação dos professores protestantes das Escolas Dominicais (1915-1949)
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19261 |
Resumo: | A Escola Dominical integrou parte considerável da agenda protestante, com vistas a um projeto civilizador que buscou concorrer com a Igreja Católica e alcançar uma hegemonia no campo religioso, em especial, no Brasil, por meio de um trabalho de cooperação interdenominacional. O projeto de preparação de professores das escolas Dominicais englobou viagens para participação em congressos, organização de classes normais protestantes para instrumentalizar os professores leigos das igrejas e a imprensa como espaço educativo. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo interpretar os sujeitos em seus deslocamentos físicos e de ideias, os modelos e as práticas pedagógicas que circularam no meio protestante em relação com a preparação de professores entre os anos de 1915 e 1949. Quanto aos congressos, serão analisadas a III Convenção Nacional de Escolas Dominicais de 1915 e a XI Convenção Mundial de Escolas Dominicais de 1932, ambas sediadas na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Estes dois eventos contaram com a presença de viajantes estrangeiros e brasileiros que se debruçaram sobre questões atinentes ao estudo de métodos e modelos pedagógicos nas igrejas. Para participação na III Convenção, 250 viajantes norte-americanos lançaram-se a bordo do navio Krooland, em uma travessia marcada por especificidades geopolíticas. No Rio de Janeiro, desembarcaram em uma capital que buscava civilizar-se nos moldes republicanos. Na XI Convenção de 1932, é possível identificar sujeitos que tiveram uma atuação muito especificada no projeto de preparação de professores, entre eles: Hugh Clarence Tucker, Erasmo de Carvalho Braga, Alexander Telford, Eduardo Moreira e Henriqueta Rosa Fernandes Braga, à exceção de Margaret Slattery, que não participou do evento, mas integrou a mesma geração destes intelectuais. Quanto às classes normais, os professores leigos das Escolas Dominicais contaram com uma preparação inicial expressa por meio de dois manuais que se constituíram em instâncias específicas de práticas pedagógicas e de textos com formas de interpretação direcionadas a um determinado público leitor. Por sua vez, na imprensa protestante, as seções fixas da Escola Dominical, direcionadas também aos docentes das igrejas, versam sobre modelos para as classes e sobre aspectos pedagógicos do trabalho desenvolvido em âmbito eclesial. Por meio de discursos autorizados e simbólicos, as representações de professor ideal se fizeram presentes nos jornais, bem como os aspectos das conjunturas política, educacional, econômica, cultural e religiosa do período que deram o tom de condução do projeto de preparação de professores no Brasil. O início de declínio do projeto civilizador protestante esteve relacionado aos acontecimentos vivenciados no Brasil e no mundo que influenciaram no trabalho de cooperação protestante, ocasionando o enfraquecimento do projeto de preparação de professores, outrora mais sistematizado e orgânico. Ao final da década de 1940, a preparação esteve mais voltada ao plano individual dos professores, diante das novas normas que passaram a reger o campo religioso e educacional brasileiro naquele momento. |