Síntese e investigação do potencial citotóxico de compostos de ouro(III) com hidrazonas e bis(hidrazonas) derivadas de isoniazida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Firmino, Gisele dos Santos Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Química
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18864
Resumo: Estima-se uma incidência de 29,5 milhões novos de casos de câncer no mundo em 2040. Tal perspectiva impulsiona uma série de esforços para prevenção da doença e otimização dos tratamentos, tornando-os mais eficientes ao promoverem melhora na qualidade vida dos pacientes e aumento de suas chances de cura. Neste cenário, estudos em química inorgânica medicinal já puderam contribuir para obtenção de compostos de conhecida ação anticâncer sendo empregados na clínica ‒ caso da cisplatina. A coordenação de íons metálicos com conhecida ação biológica às moléculas orgânicas com amplo espectro de atividade farmacológica, tem se mostrado como um dos caminhos à serem seguidos para obtenção de metalofármacos com interessante potencial citotóxico. Desta forma, no presente trabalho foram sintetizadas N-acil hidrazonas e bis(N-acil hidrazonas) derivadas de isoniazida e seus complexos metálicos de ouro(III), com o objetivo de investigar seu potencial citotóxico frente às linhagens de células tumorais: HL‒60 (leucemia humana promielocítica), MCF‒7 e MDA‒MB‒231 (carcinoma de mama), HCT‒116 (carcinoma colorretal) e PC‒3 (próstata). As estruturas dos compostos sintetizados foram elucidadas com o auxílio: ponto de fusão; análise elementar; espectroscopia no IV, eletrônica e de RMN; condutivimetria e espectrometria de massas. A coordenação metal-ligante e esfera de coordenação confirmam-se com deslocamentos químicos dos sinais presentes nos espectros de RMN e das bandas de transição no espectro eletrônico. Foram obtidos 8 derivados de isoniazida: Hpcih (L01), Hapih (L02), Hbpih (L03), Hpamih (L04), H2ginh (L05), H2pinh (L06) e H2pamih (L07) moléculas já descritas na literatura e H2bpinh (L08), que é inédita. Os seis compostos de ouro(III) obtidos são inéditos: [Au(H3pcih)Cl3]Cl2∙2H2O (C01), [Au(H3bpih)Cl3]Cl2∙2H2O (C03) e [Au(pamih)Cl2]‧½CH3OH (C04), Au(H2ginh)Cl2]Cl‧½CH3OH (C05), [Au(Hpinh)OH]Cl (C06) e [Au(H2binh)Cl2]Cl‧½CH3OH (C08). L02 foi a N-acil hidrazona mais ativa para as linhagens HL–60, MCF–7, PC–3 e HCT–116, reduzindo a viabilidade celular em mais de 50%, para as células HL-60. Mostrou-se mais ativa que os fármacos de referência. C03 é altamente citotóxico para as células HL‒60 e HCT‒116, cujos valores IC50 são 2,4 ± 2,17 e 2,4 ± 1,3 μmol L─1, respectivamente. Além disso, C03 é mais potente do que HAuCl4‧3H2O e o etoposídeo contra células MDA‒MB‒231, MCF‒7 e HCT‒116, respectivamente. Seu IC90 promoveu fração de sobrevida zero às células da linhagem HCT–116 no ensaio de clonogenicidade. Na investigação de mecanismo de ação de C03, há indícios de que o mesmo não induz a morte celular por apoptose. C03 mostrou-se um composto com interessante ação citotóxica in vitro para realização de estudos mais avançados de seu potencial farmacológico.