Caracterização dos mecanismos de resistência aos antimicrobianos e relação genética em cepas de <i>Escherichia coli</i> isoladas de mexilhões <i>Perna perna</i> celetados na costa da praia de Itaipu e de mercado varejista, Niterói, RJ
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14335 |
Resumo: | Por serem animais filtradores, mexilhões coletados em águas que recebem efluentes domésticos podem apresentar contaminação por bactérias de origem fecal. Muitas destas, comensais ou patogênicas, podem expressar diferentes mecanismos de resistência e multirresistência a antimicrobianos usualmente codificados em elementos genéticos móveis, possibilitando a transferência horizontal de genes intra- e inter-espécies. A presença destas bactérias em alimentos pode tornar-se um grande problema de saúde pública. Neste estudo, caracterizamos os mecanismos de resistência aos antimicrobianos e a diversidade genética entre 69 cepas de <i>Escherichia coli</i> isoladas de mexilhões <i>Perna perna in natura</i>, coletados na praia de Itaipu, em Niterói-RJ, aferventados e comercializados no mercado de peixe São Pedro, em Niterói-RJ. Utilizamos técnicas fenotípicas (TSA, CIM) e moleculares (pesquisa de genes de resistência e integron, grupos de incompatibilidade de plasmídeos e grupos filogenéticos através da PCR e a similaridade genética por PFGE). Das 69 cepas estudadas, 31,8% (n=22) apresentaram multirresistência e em 18,8% (n=13) foram encontrados genes de resistência a antimicrobianos beta-lactâmicos, inibidores da via do folato e quinolonas/fluoroquinolonas e ainda para a síntese da enzima integrase (<i>bla</i><sub>TEM</sub>, <i>bla</i><sub>SHV</sub>, <i>bla</i><sub>CTX-M2</sub>, <i>bla</i><sub>CTX-M9</sub>, <i>sul</i>1, <i>sul</i>2, <i>int</i>1, <i>qnr</i>B e <i>qnr</i>S). A pesquisa dos genes determinantes dos grupos filogenéticos mostrou que 50,7% (n=35) foram identificadas como pertencentes ao grupo filogenético B1, 20,3% (n=14) ao grupo A, 18,8% (n=13) ao grupo B2 e 10,1% (n=7) ao grupo D, ou seja, aproximadamente 71% (n=49) das cepas estariam relacionadas a cepas comensais. Quanto à pesquisa de plasmídeos, 14,5% (n=10) das cepas não apresentaram replicons dos grupos de incompatibilidade pesquisados, enquanto, 73,9% (n=51) apresentaram o replicon A/C, 39,1% (n=27) o B/O, 34,8% (n=24) o FIC, 33,3% (n=23) o I1, 20,3% (n=14) o FIB, 10,1% (n=7) o W, 7,2% (n=5) o T e FIA e 1,4% (n=1) o Y e HI1. De um total de 63 cepas tipáveis foi possível determinar 54 agrupamentos (PFGE tipos), onde somente dois pares de cepas apresentaram agrupamentos com 100% de similaridade e um agrupamento de 3 cepas mostrou 93% de similaridade entre uma cepa isolada do mexilhão comercializado e duas do mexilhão <i>in natura</i>. Com os resultados obtidos, foi possível verificar que mexilhões <i>Perna perna</i> são reservatórios de cepas de <i>E. coli</i> multirresistentes, portadoras de plasmídeos, integron e genes de resistência a antimicrobianos, além de serem cepas com uma grande heterogeneidade genética. Assim, consideramos que os nossos resultados agregaram conhecimento sobre a circulação de determinantes de resistência, uma vez que cepas de <i>E.coli</i> multirresistentes ingeridas com os mexilhões podem vir a colonizar o intestino de seres humanos e através da transferência horizontal de genes disseminá-los para cepas da microbiota normal e/ou patógenos, contribuindo para um grave problema de saúde pública. |