Produção secundária e esforço amostral de macroinvertebrados em um córrego de Mata Atlântica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Mattos, Joanna Etchebeste de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5798
Resumo: Estudos de produção secundária de macroinvertebrados em córregos apresentam uma diversidade de questões ecológicas, como fluxo de energia em ecossistemas e análises de relações tróficas, que são fundamentais para o entendimento da estrutura trófica. O objetivo dessa pesquisa foi medir a produção secundária em cinco pontos amostrais distribuídos ao longo de um córrego de Mata Atlântica na Ilha Grande (RJ) e em um gradiente de sombreamento de 12 a 92% de abertura de canópia. Avaliamos o esforço amostral necessário para as coletas de macroinvertebrados e alguns fatores que influenciam a produção secundária. Quatro estimadores de riqueza (Chao, Jack 1, Jack 2, Boot) foram utilizados para identificar o esforço de amostragem para coletas de macroinvertebrados. As curvas apresentaram um padrão similar e ausência de um comportamento errático. Jack 2 apresentou o melhor desempenho entre os critérios avaliados. A riqueza de espécies observadas em 279 amostras de surbers pode ser estimada utilizando 83 amostras de surbers. Esperamos que a produção secundária de fragmentadores diminua juntamente com o sombreamento e que a produção de raspadores e coletores seja o inverso. Além disso, esperamos que a presença de peixes influencie diretamente na produção de Baetidae, Potimirim brasiliana e Chironomidae. As taxas de produção secundária da comunidade de macroinvertebrados variaram ao longo do rio de acordo com as mudanças de sombreamento, substrato - habitat e predação. Em geral, houve um aumento da taxa da produção nos pontos menos sombreados (832 - 7486 mg.m-².ano-¹). A razão P/B anual média dos táxons mais produtivos variou entre 2,4-104 ano-1. Animais fragmentadores tiveram maior produção em pontos mais sombreados, a produção de raspadores e coletores aumentou a jusante. Coletores tiveram a produção mais alta em todos os pontos, com exceção no ponto mais sombreado. Mais de 90% da produção secundária em todos os pontos foi sustentada por três espécies. A teoria do Contínuo de Rio prevê mudanças longitudinais na disponibilidade de recursos e, consequentemente, na distribuição da fauna. A teoria foi útil para formular nossas hipóteses quanto aos fatores que podem influenciar a produção secundária ao longo do rio. A produção em nosso estudo foi baixa e a razão P/B alta, comparada com estudo em ambientes temperados. Isso pode estar relacionado com padrões de ciclos de vida curtos e altas taxas de crescimento, influenciados pelas altas temperaturas em ambientes tropicais. A presença e ausência de peixes nos pontos estudados mostrou um efeito de cascata trófica. A presença de peixes foi significativa para produção de Chironomidae, que foi maior em pontos com peixe. A produção de macroinvertebrados predadores e Baetidae não diferiram entre os pontos com e sem peixe e a produção de P. brasiliana foi nula nos pontos com peixe. Sugerimos que a presença de peixes iniba a presença desses camarões e que na ausência da pastagem destes, o perifíton se torna mais espesso servindo de abrigo e alimento para os Chironomidae. O efeito direto de peixes parece maior em P.brasiliana do que em Baetidae.