Avaliação do efeito do extrato hidroalcoólico do caroço da Euterpe oleracea Mart. (açaí) em modelo experimental de depressão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Okinga, Anicet
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18328
Resumo: De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta cerca de 20% da população mundial. Evidências do nosso grupo demonstraram que o extrato hidroalcoólico do caroço da Euterpe oleracea Mart. (açaí) (ASE), rico em polifenóis, promove efeitos anti-hipertensivo, antioxidante e vasodilatador. O objetivo desse trabalho foi investigar o potencial antidepressivo do ASE comparando-o com a fluoxetina (FLU), um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina com efeitos antidepressivos bem estabelecidos. Ratas Wistar foram colocadas para acasalar e após o nascimento, os filhotes machos foram separados em nove grupos experimentais: controle (CON; água), CON+ASE (200mg/kg/dia), CON+FLU (20 mg/Kg/dia); separação materna crônica (SMC; água), SMC+ASE (200 mg/Kg/dia), SMC+FLU (20 mg/Kg/dia); separação materna única (SMU; água), SMU+ASE (200 mg/Kg/dia) e SMU+FLU (20 mg/Kg/dia). O protocolo de SMC teve início no segundo dia pós-natal (PN2), os filhotes foram separados da mãe por 3 h durante 14 dias. O protocolo de SMU também teve início no dia PN2 e os filhotes foram separados da mãe por 8 minutos, apenas uma vez. A partir do dia PN76, os grupos tratados receberam ASE ou fluoxetina por gavagem intragástrica. Foram realizados os testes comportamentais de Porsolt e campo aberto. Após a eutanásia, os animais tiveram o sangue coletado para detecção das concentrações plasmáticas de CRH e GR; as glândulas adrenais retiradas para detecção das monoaminas dopamina (DA) e norepinefrina (NE), e em homogenato do hipotálamo foi realizada a quantificação do TrkB por ELISA. A expressão proteica de GR, PDE5, PPARγ, pró-BDNF e BDNF foi realizada por western blotting em homogenato de hipotálamo e de hipocampo. As análises de dano oxidativo e de atividade enzimática foram realizadas por espectrofotometria em homogenato de tronco encefálico. Em relação aos grupos que não foram submetidos à separação materna, os tratamentos com ASE e FLU reduziram o tempo de imobilidade e a expressão do GR no hipotálamo. O ASE reduziu os níveis de CRH, e aumentou os níveis de NE, DA e de TRKB. Por outro lado, a FLU aumentou os níveis de CRH, e reduziu os níveis de DA e TRKB, ocasionando ainda dano oxidativo, e redução da atividade da GPx e dos níveis de nitrito. Os grupos SMC e SMU apresentaram aumento do dano oxidativo, redução da atividade antioxidante, assim como menor expressão de BDNF, GR, PDE5 e PPARγ. Os tratamentos com ASE e com FLU reduziram o dano oxidativo, os níveis de CRH, e aumentaram os níveis de DA, de nitrito e a atividade antioxidante em animais submetidos a separação materna. Somente o ASE foi capaz de aumentar a expressão de PPARγ e do GR, assim como de elevar os níveis de TRKB em animais deprimidos. O tratamento com FLU diferente do ASE aumentou a expressão de BDNF. Nossos resultados indicam que o ASE reduziu os efeitos deletérios da separação materna, através do seu efeito antioxidante, da redução da ativação do eixo HPA, do aumento de neurotransmissores e de proteínas essenciais para a neuromodulação negativa da depressão, demonstrando potencial antidepressivo.