Caracterização do subsolo pelos métodos geofísicos de eletrorresistividade e magnetometria terrestre em áreas com histórico de movimento de massa no município de Angra dos Reis, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Azevedo, Jennyfer Carolliny Souza de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19870
Resumo: O município de Angra dos Reis apresenta elevada susceptibilidade a movimentos de massa, como registrado em 30 eventos classificados como desastres naturais, entre os anos de 1991 e 2016. Até 2010, 93 pessoas morreram em decorrência desses episódios, causando também expressivos danos econômicos (CEPED, 2013; Brasil, 2013). Com base nisso e na presença de eventos ativos, foram selecionadas 3 áreas de estudo: Bonfim, Caetés e Morro da Carioca. A pesquisa envolveu a investigação pelos métodos geofísicos da eletrorresistividade e da magnetometria terrestre, em períodos sazonais distintos, visando a caracterização do subsolo. O método de eletrorresistividade identificou concentrações de água, de profundidade e da espessura dos tipos de solo existentes, permitindo assim, retratar o comportamento do subsolo sob condições hídricas diversas. A magnetometria terrestre, por seu turno, refletiu as variações mineralógicas das rochas, bem como estruturas geológicas presentes na área de estudo. A integração dos resultados com os dados das sondagens expeditas contribuiu para a definição de assinaturas geofísicas e a correlação dos resultados em outras seções. Os valores de resistividade aparente refletem as ações antrópicas locais. A compactação do solo por meio da abertura/capeamento de ruas contribuiu para o aumento da eletrorresistividade, diminuindo o espaço intragrãos (e, consequentemente, a porosidade) e reduzindo a percolação de água. No Morro da Carioca, o solo argilo-arenoso exibe valores extremos em condições sazonais diferentes. Adicionalmente, este solo, quando em área plana e aterrada (em altitude menor), se mostra menos compactado quando comparado à porção mais alta. Onde não há compactação do solo, os valores dessa análise permitiram diferenciar, em função da preservação da porosidade original dos materiais, um solo argiloso/argilo-arenoso de um solo residual. No Morro da Carioca e no Bonfim, ocorrem ortognaisses do Complexo Rio Negro, com presença de magnetita em até 3% na rocha. A susceptibilidade magnética (SM) nessa rocha possui valor médio de 0.30 x 10-6 SI, e os valores mais elevados da Amplitude do Sinal Analítico (ASA) correspondem à presença de blocos ou rocha mais superficiais. Os picos da ASA indicam a presença de diques de diabásio com SM média de 16 x 10-6 SI., como registrados por Guedes et. al. (2004). Em Caetés, há ocorrência de granitoide intrusivo no ortognaisse do Complexo Rio Negro. Os valores mais elevados da ASA ao longo da seção da Rodovia Procurador Haroldo Fernandes Duarte (BR 101) indicam a presença de blocos (ortognaisse) mais rasos e parcialmente intemperizados. Na seção da Avenida Caetés há predomínio de baixos valores (<0.5 nT/m) da ASA correspondentes ao granitoide félsico e intemperizado mapeado na região, tendo SM média de 0.05 x 10-6 SI. A aplicação de métodos geofísicos terrestres, integrados aos dados expeditos, permitiu a descrição do subsolo em bairros com histórico recente de deslizamentos, e contribuirá para ações da Defesa Civil de Angra dos Reis.