“Será que o que faço é psicoterapia?”: o atendimento psicológico em domicílio sob a perspectiva Fenomenológico-Existencial
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17235 |
Resumo: | A Psicologia como ciência e profissão, encontra-se em expansão no Brasil, adquirindo novos contornos e especificidades na medida em que acompanha as transformações e os acontecimentos históricos no âmbito político, social, econômico e tecnológico do país. O atendimento psicológico em domicílio é uma modalidade de atuação que se encontra em expansão no Brasil. O profissional é solicitado para ir ao encontro daquele que apresenta dificuldades de se locomover até o consultório devido a uma patologia, uma indisposição emocional ou opta pelo conforto do lar. Concomitante, é perceptível o crescimento expressivo do número de pessoas idosas, na população brasileira na última década, devido ao avanço da medicina e seus vastos recursos para prolongar o tempo e a qualidade de vida da população. Isso acaba por consolidar o serviço de assistência domiciliar, tanto na esfera pública (atenção básica) como na particular (home care). Assim, o presente estudo tem como objetivo perguntar da possibilidade de uma prática clínica de base fenomenológico-existencial que ocorra no âmbito domiciliar, que não se ampara em uma atividade tecnocrata. Para tanto, iniciamos a trajetória investigativa exibindo situações clínicas que evidenciavam como as especificidades da clínica psicológica tradicional se configuravam em meio às peculiaridades do ambiente domiciliar e como a autora lidou com os elementos em questão alicerçada na fenomenologia-existencial. Em seguida, elaboramos uma revisão narrativa da literatura de pesquisas qualitativas sobre relatos de experiências de psicólogos que atuavam em domicílio. Nos valemos da suspensão fenomenológica durante a leitura das publicações para apontar a percepção dos autores frente a configuração do sigilo, da privacidade, do contato com os familiares e cuidadores nesse âmbito, bem como as dificuldades e desafios assinalados pelos psicólogos e concluímos que estudos se fundamentam em uma perspectiva tecnocrata. Desse modo, nos propusemos a realizar uma análise comparativa entre a prática psicoterápica tradicional e a de cunho fenomenológico-existencial para, enfim, podermos responder a indagação: será que o que faço é psicoterapia?. Para isso, abordamos o significado etimológico da palavra psicoterapia que diz de um modo de cuidado da alma. Encerramos a temática destacando o modo-de-ser-psicoterapeuta para enfatizar que o psicoterapeuta não se limita ao cumprimento de uma função, mas pode ser uma atitude, um modo-de-ser. Por fim, concluímos que há tempos a clínica psicológica já não se reduz a um ambiente particular e minimamente estável, pois a psicologia clínica e a escuta clínica acontecem em qualquer lugar, em qualquer área de atuação profissional. Além do mais, defendemos que é possível lidar com os elementos da psicoterapia sem assumir uma postura tutelar. |