Falinventando nomes próprios: um estudo sobre a construção onomástica das personagens de Mia Couto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Tatiane Mendes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20004
Resumo: O ato de nomear é próprio do ser humano. Para alguns, como os poetas simbolistas, tal ação suprime o caráter enigmático. Para os filósofos, nomear é dar existência. A ideia de que a palavra tem poder resiste em mitos, lendas e religiões. Em cada seio cultural, há uma alusão de que pela palavra se cria, tendo em sua essência o significante, o significado e as ressignificações dadas pelos usuários. Assim, cada falante apropria-se do inventário lexical de sua língua, utilizando-o como lhe convém. Dessa maneira, partindo do preceito filosófico que fundou, com o processo de gramatização, o Ónoma como parte integrante do discurso eleito para denominar um corpo, esta dissertação quer compreender o porquê de uma das primeiras classes gramaticais da língua portuguesa, além de implicar em existência de seres, coisas e sentimentos, pode auxiliar na construção do enredo de algumas narrativas. Para isso, de posse de teorias historiográficas, recorrendo a conjecturas gramaticais dos substantivos e apreendendo a relação entre o objeto de estudo – substantivo próprio – e alguns campos do saber, como cultura, semântica lexical, morfologia e estilística, esta dissertação tem por objetivo apresentar e analisar os nomes próprios das personagens de Mia Couto nos livros: Estórias Abensonhadas (2012), Na Berma de nenhuma estrada e outros contos (2016), e O Fio das Missangas (2004). Nesse sentido, sob a investidura das metodologias bibliográfica e exploratória, alguns pressupostos tornam-se base deste estudo, como a teoria contextual Ullmann (1965); o uso dos nomes próprios como marca linguística e cultural, visto em Ana Maria Machado (2013); além dos critérios morfológicos de Gonçalves (2006), com o intuito de observar como a construção onomástica apresentada pelo autor, no corpus mencionado, envolve a estilística e a expressividade, partilhando, sobretudo, dos mecanismos morfológicos na costura da narrativa