Sentidos das masculinidades em vídeos do canal do YouTube Porta dos Fundos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Motta, Arthur Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23344
Resumo: Este trabalho de mestrado tem como objetivo investigar a construção de códigos e sentidos das masculinidades presentes em vídeos do canal do YouTube Porta dos Fundos. Os principais conceitos que fundamentam o estudo são: cibercultura, a heteronormatividade e as masculinidades pensadas por meio da performatividade de gênero. A cartografia online balizada em aportes pós-estruturalistas foi a metodologia adotada para acompanhar o fluxo informacional criado/postado em um dos maiores canais do YouTube no Brasil. Meu percurso cartográfico reuniu 10 vídeos do canal Porta Fundos, publicados nos anos de 2020 e 2021, que tem como temática central questões relacionadas às masculinidades. Os vídeos foram transcritos e os enunciados separados em cinco linhas de significação, a saber: 1) masculinidade tóxica, 2) homem desconstruído, 3) masculinidades dissidentes, 4) tamanho do pênis e 5) paternidade. Os enunciados foram analisados por meio do referencial teórico da performatividade da linguagem e de gênero. Dentre os achados da dissertação, destaco que a masculinidade tóxica foi entendida como perforatizações de masculinidade em que a reiteração da norma aparece mais que seus deslocamentos. Ao abordar a masculinidade normativa de forma cômica por meio da paródia, um dos potenciais efeitos performativos pode ser o tensionamento do suposto ideal estável de masculinidade. Por homem em desconstrução, entendo as performatizações de masculinidade de homens heterossexuais em que se buscam os deslocamentos da norma em contraponto às suas reiterações. Embora possamos observar alguns avanços nessas performatizações de masculinidade, ainda é possível observar a constante negociação desses sujeitos com os aspectos (hetero)normativos. As masculinidades dissidentes apareceram com sujeitos que performatizam a sexualidade de maneira não-heterossexual. Se outrora o humor foi utilizado nas produções culturais para fazer zombarias desses sujeitos, nos vídeos analisados elas surgem como possibilidades legítimas. O tamanho do pênis foi analisado como um significante da masculinidade dos sujeitos e pude observar que quanto maior o pênis, maior a masculinidade atribuída a esses sujeitos. Por fim, foram analisados os sentidos de paternidade mobilizados nos vídeos. Ficou evidente o quanto o modelo patriarcal de família burguesa influencia até hoje nas concepções tradicionais de paternidade, que se encontram em consonância com o modelo normativo de masculinidade. Finalizei o texto propondo pensar uma educação dentro-fora que desestabilize a heteronormatividade, promovendo a multiplicidade de formas de entender a constituição das masculinidades.