Avaliação do desempenho dos escores prognósticos ADHERE e GWTG-HF em população internada por insuficiência cardíaca descompensada em hospital quaternário no Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Wajsbrot, Bruno Reznik
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20854
Resumo: A Insuficiência cardíaca (IC) é síndrome de alta prevalência no Brasil e no mundo e sua descompensação é complicação frequente, apresentando alta mortalidade. A estratificação de risco de óbito na IC descompensada (ICD) é uma importante etapa no seu manejo clínico e os escores prognósticos podem auxiliar nesse objetivo. Porém, para serem utilizados em populações diferentes da originalmente proposta, necessitam validação externa. Em pacientes internados por ICD, os escores de mortalidade hospitalar (MH) são os derivados dos estudos ADHERE (Acute Decompensated Heart Failure Registry) e GWTG-HF (Get With the Guidelines – Heart Failure). Já o escore MAGGIC (Meta-Analysis Global Group in Chronic Heart Failure) foi validado em população ambulatorial. Objetivos: O objetivo principal foi validar os escores de MH na população internada por ICD no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Os objetivos secundários foram avaliar os fatores associados à MH e pós-alta, verificar a acurácia do escore MAGGIC para predizer MH e pós alta e avaliar a qualidade da prescrição farmacológica para IC e sua relação com MH e pós alta. Metodologia: Foi realizado estudo unicêntrico longitudinal retrospectivo. A população foi composta por pacientes internados por ICD entre 2019 e 2021. A validação dos escores foi realizada analisando-se o índice discriminatório (IDi) e sua capacidade de classificação. O IDi foi calculado através de análise de área sobre a curva (ASC) da curva ROC. A capacidade de classificação foi avaliada através da comparação entre MH esperada e encontrada nos subgrupos de risco. Foi realizada regressão logística para identificar os fatores associados à MH e regressão de Cox para avaliar os fatores relacionados à mortalidade pós alta. Resultados: Foram incluídos 304 pacientes com média de idade de 63 anos. O IDi dos escores ADHERE e GWTG-HF foi 0,69 e 0,65, respectivamente. Embora a MH observada tenha sido maior em todos os subgrupos de pacientes em comparação com a coorte original, o escore GWTG-HF estratifica os grupos de risco que tiveram pacientes incluídos na coorte. O escore ADHERE não se mostrou adequado para classificar os pacientes. Em análise exploratória apenas o BUN (Blood Urea Nitrogen, em português, nitrogênio ureíco sérico), se mostrou associado ao risco de óbito hospitalar (OR 1,03; IC 95% 1,01-1,05; p<0,001). BUN (OR 1,013; IC 95% 1,003-1,024; p = 0,013), disfunção de VD (OR 1,79; IC 95% 1,112-2,881; p = 0,016) e o escore MAGGIC (OR 1,061; IC 95% 1,025-1,098; p = 0,001). apresentaram associação com mortalidade pós alta. Em relação ao tratamento farmacológico ambulatorial, 78,9%, 58%, 39% e 9% dos pacientes possuíam prescrição de beta-bloqueadores (BB), inibidores do sistema renina angiotensina aldosterona (iSRAA), antagonistas dos receptores mineralocorticóides e inibidores do cotransportador sódio-glicose tipo-2, respectivamente. A mortalidade pós alta não esteve associada à prescrição pré-alta de BB ou iSRAA na população total. Conclusão: Concluí-se que o escore GWTG-HF pode ser utilizado para predizer mortalidade hospitalar na coorte avaliada. Para completa validação, recalibração seria necessária. BUN de admissão foi capaz selecionar pacientes de maior risco de MH. O escore MAGGIC, a presença de disfunção de VD e níveis elevados de BUN na admissão são fatores preditores de mortalidade pós alta. Não houve associação entre prescrição de drogas para IC e MH ou pós alta