O mangá como material alternativo no ensino de japonês como língua estrangeira em nível de graduação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Tanaka, Nicia Damião
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6294
Resumo: Consideramos o mangá uma representação da cultura nipônica, que apresenta variedade coloquial e atual da língua japonesa e tem grande penetração em diferentes camadas dessa sociedade. Apesar dessas características, ele muitas vezes não é levado em consideração como possível gênero para circular nas aulas de japonês como língua estrangeira (J/LE). Portanto, o objetivo central deste trabalho é discutir a relevância e implicações do uso do mangá para o ensino-aprendizagem de J/LE em sala de aula de graduação. A proposta de assumir o mangá como um texto didatizado em situação de ensino-aprendizagem de J/LE suscitou uma série de questões teóricas em nosso estudo. Estas se relacionam aos conceitos de multi e interculturalismo, ao processo leitor, à noção de gênero e à caracterização do mangá. Com base na questão de identidade, discutida por Kramsch, assumimos que, a partir do seu próprio conhecimento como indivíduo e do contato com outras manifestações culturais, o graduando pode reconhecer que existem outros indivíduos com diferentes culturas coexistindo (multiculturalismo) e que estas podem relacionar-se e interagir (interculturalismo). Sendo o mangá um gênero de grande circulação entre japoneses, constitui, portanto, uma fonte de acesso à sua cultura. Objetivamos, então, que a leitura do mangá extrapole o campo do lingüístico, mostre a multiculturalidade existente no meio em que vivemos e proponha uma visão intercultural aos graduandos. Tais considerações levaram à revisão do processo leitor, com foco numa abordagem interativa de leitura, na qual o leitor é um sujeito ativo que negocia e reconstrói significados. Para verificarmos a situação do mangá no quadro atual do ensino de J/LE nas duas instituições de ensino superior (IESs) públicas do Rio de Janeiro que oferecem o curso de japonês e compormos o nosso corpus, utilizamos dois instrumentos distintos. Em entrevistas com as professoras de japonês dessas IESs buscamos uma visão da prática docente. Em uma oficina de leitura de mangá com os alunos do sexto período da IES-2 discutimos resultados práticos da utilização do mangá em sala de aula. Para cada instrumento realizamos um piloto para ajustes metodológicos. Fizemos uma análise qualitativa do conteúdo do corpus: depoimentos de docentes informantes, gravação das interações das oficinas e respostas aos protocolos escritos pelos alunos. Através das entrevistas pudemos constatar que o uso do mangá em sala de aula de graduação é mais significativo em aulas de literatura que em aulas de língua, tendo ainda pouca utilização para o ensino de J/LE. Com a oficina de leitura, concluímos que, apesar das diferenças entre os informantes, as leituras foram próximas, tanto no tempo de realização quanto nas conclusões a que chegaram. Pelo protocolo preenchido após a oficina, constatamos que os graduandos acharam a experiência válida, pois contribuiu para seu conhecimento de mundo. Posicionaram-se favoráveis ao uso do mangá quando se tornarem professores. Assim, concluímos que o mangá pode ser um instrumento relevante no ensino de J/LE de graduação, por seu potencial como fonte de aspectos culturais, lingüísticos e para o desenvolvimento da leitura.