Representações metafóricas da corrupção endêmica em corpus digital: o caso do jeitinho brasileiro
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17782 |
Resumo: | Esta tese investigou um fenômeno cognitivo: a percepção da corrupção endêmica por brasileiros e uma de suas manifestações em nossa cultura, o “jeitinho”. A orientação teórico-metodológica adveio da Linguística Cognitiva e da Linguística de Corpus. Analisaram-se dois corpora exploratórios: o primeiro com dados da seção Now, componente do Corpus do Português, disponibilizado online e o segundo, um corpus de símiles, compilado a partir do mecanismo de busca Google. A tese explorou inicialmente os frames desses dois corpora, para depois buscá-los no corpus de estudo, que consistiu de comentários coletados na rede social YouTube, entre o período de 2014 e 2021, em português brasileiro contemporâneo em uso. A hipótese da tese foi que seriam encontrados padrões metafóricos que pudessem caracterizar o fenômeno do jeitinho no corpus de estudo, conforme Semino, Demjén e Demmen (2018). Foram identificados padrões coerentes de repetição, entre “tópicos” (as porções não metafóricas) e seus veículos (as partes metafóricas), o que sugeriu a presença de “metáforas sistemáticas”, que emergiram de textos descontinuados, como são característicos de comentários feitos em rede social. Assim, apesar de a definição tradicional da metáfora sistemática focar na articulação entre duas ideias distintas em um mesmo evento discursivo (Cameron, 2003), os tópicos do Corpus comentários funcionaram como um elemento integrador de coesão, os quais serviram de arcabouço para identificação das metáforas sistemáticas, as quais, nesta tese, foram também definidas como metáforas reiteradas, de natureza cultural. Propusemos que a função dessas metáforas sistemáticas nos comentários analisados foi a de criar alinhamentos de posição entre os interlocutores, que não se conheciam e que não estavam no mesmo evento discursivo. A análise constatou a presença reiterada de três frames: Disseminação, Raiz e Presença, com padrões lexicais repetidos, como em corrupção (endêmica) que se alastra, se espalha, como uma praga ou um vírus. A partir dos frames, foram recrutadas 8 metáforas sistemáticas, das quais a mais reiterada foi JEITINHO BRASILEIRO É OBJETO HERDADO. A que apareceu em menor número foi JEITINHO BRASILEIRO É FLEXIBILIDADE |