Mortalidade e carga de tuberculose atribuível ao consumo do álcool no Brasil e macrorregiões entre 2000 e 2017 – estudo GBD Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Brandt, Laís de Almeida Relvas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21850
Resumo: Embora reconhecidamente fator de risco para agravos não transmissíveis, o consumo de bebidas alcoólicas desempenha papel importante na carga de doenças transmissíveis, em especial tuberculose. Avanços na vigilância e no cuidado são notáveis, mas a doença segue como problema de saúde pública no Brasil e no mundo, onde mais de um milhão de pessoas morrem ao ano por tuberculose. O presente estudo teve como objetivo descrever a carga de tuberculose atribuível ao consumo do álcool (TBAA) no Brasil e macrorregiões entre 2000 e 2017. Foram calculados o total de óbitos, anos vividos com incapacidades (YLD), anos de vida perdidos (YLL), anos de vida perdidos ajustados por morte ou incapacidade (DALY = YLL + YLD), taxa de mortalidade e taxa de DALY por TBAA no Brasil entre 2000 e 2017, assim como fração atribuível ao consumo do álcool (%) dentre DALY e óbitos por tuberculose no Brasil em 2017. Utilizaram-se estimativas do estudo Carga Global de Doença (GBD) como fonte de dados, também estratificadas por unidades da federação, macrorregiões, sexo e faixa etária (15 a 29, 30 a 69 e 70 anos ou mais). Segundo estimativas do GBD, 51.250 pessoas morreram e 1.912.353 anos de vida saudáveis foram perdidos por mortes ou incapacidades (DALY) relacionadas à TBAA no Brasil entre 2000 e 2017. Neste período, o número anual de óbitos e DALY por TBAA, assim como a taxa de mortalidade e DALY por TBAA reduziram, respectivamente, 26%, 29%, 54,2% e 52,8%. O YLL foi o componente que mais pesou no DALY por TBAA (>95%). Entre unidades da federação, Pernambuco (2,1/100.000 habitantes) e Distrito Federal (0,35/100.000 habitantes) apresentaram, respectivamente, maior e menor taxa de mortalidade e DALY em 2017, enquanto São Paulo (490 óbitos; 17.895 DALY) e Roraima (5 óbitos, 204 DALY), maior e menor número absoluto. Tanto no Brasil quanto nas cinco macrorregiões, as taxas de mortalidade e DALY por TBAA mantiveram, em geral, variação anual média negativa no período do estudo, com maior magnitude na Região Nordeste e exceções nos últimos anos. Para cada óbito por TBAA em mulheres, foram estimados 6 óbitos em homens, enquanto para DALY a razão foi 5,2 anos perdidos. Tanto na população feminina quanto na população masculina foi percebido gradiente na taxa de mortalidade por TBAA segundo faixa etária, tendo os mais jovens apresentado as menores e os mais idosos as maiores taxas ao longo de toda a série histórica. A carga de TBAA na população idosa (70 ou mais), entretanto, foi menor do que na população adulta (30 a 69) para ambos os sexos ao longo de toda a série histórica. Estimou-se que 45,5% dos óbitos e 47,5% da carga de TB no país em 2017 foram atribuíveis ao consumo do álcool. Obstáculos permanecem como desafios a serem enfrentados para interrupção da cadeia de transmissão e para alcance das metas nacionais e globais de redução da TB. Medidas integradas de vigilância e controle da doença e do álcool enquanto fator de risco fazem-se necessárias, contemplando ações voltadas para o nível individual e coletivo.