O paleoclima do Holoceno na região de influência do Sistema de Monções da América do Sul e o potencial uso dos isótopos de Sr em conchas de sambaquis como indicador climático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Parméra, Thaís de Castro Cunha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16892
Resumo: A variabilidade sazonal do Sistema de Monções da América do Sul (SMAS) não é totalmente compreendida. Uma das formas de suprir as lacunas do entendimento desse mecanismo é através da realização de reconstruções paleoclimáticas. O objetivo deste trabalho consiste em buscar uma conexão, a partir do uso de proxies climáticos para o Holoceno, entre os perfis paleoclimáticos da região Sul e Sudeste com a Bacia Amazônica e também avaliar o potencial da diversidade de conchas em sambaquis como indicador climático. Para tal, foi criado um banco de dados contendo as ocorrências e proxies paleoclimáticos a partir do levantamento bibliográfico, com o intuito de basear discussões futuras que envolvam novos proxies climáticos relacionados a SMAS. Os dados foram classificados segundo o Sistema de Classificação Climática Köppen-Geiger. Foram obtidas 48 localidades com dados paleoclimáticos para o Sul e sudeste brasileiro que foram analisados e conjugados com dados e índices amazônicos e dados de satélite de abrangência espacial da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul). Para a proposta de reconstrução paleoclimática foram amostrados dez sambaquis do estado do Rio de Janeiro e Santa Catarina. As amostras coletadas de moluscos foram identificadas taxonomicamente. Nos sambaquis foram identificados 35 táxons de moluscos e foram selecionadas sete conchas de Phacoides pectinatus dos sítios Forte e Beirada para a esclerocronologia que apresentou poucas linhas de crescimento. Na etapa da análise geoquímica foram realizados testes com conchas recentes desse mesmo táxon para análises da razão 87Sr/86Sr através da espectrometria de massa por ablação a laser. De modo geral, os dados paleoclimáticos do Sul e Sudeste do Brasil não estão regionalmente integrados e utilizam majoritariamente a palinologia como método analítico. O tipo climático mais encontrado para essas regiões é o Cfa e a região que possui mais estudos é a Sudeste. O range temporal mais estudado é o Megalayano. Foram identificados dois comportamentos da ZCAS (tipo I e II). O paleoclima dessas duas regiões não foi estável ao logo do Holoceno. Entre 10 e 5 mil anos A.P. o clima era menos estável e árido e de 5 mil anos A.P. até os dias atuais o clima foi mais estável e com mais umidade. A variação da ZCAS foi pequena e foi paulatinamente reforçada ao longo do Holoceno. É possível conjugar os dados paleoclimáticos holocênicos dessas duas regiões com dados da Amazônia, aplicar índices paleoclimáticos e elencar inferências sobre as conexões climáticas envolvidas, sugerir novos comportamentos da ZCAS e aventar os efeitos no clima sobre a evolução da migração de seres humanos ao longo do território brasileiro. Os dados isotópicos obtidos atestam a viabilidade do método e sugerem haver uma relação entre a razão de estrôncio estudada e variáveis ambientais como a Temperatura da Superfície do Mar. Os dados também permitem inferir que bivalves de sambaquis podem ser proxies para auxiliar no entendimento do SMAS no Holoceno a partir da conjunção de técnicas de esclerocronologia e geoquímica de isótopos de Estrôncio.Contudo, são necessários mais estudos para amplificar o entendimento da variabilidade desse sistema a partir desse proxy