Biomecânica e variações morfológicas cranianas em Leposternon Wagler, 1824 (Reptilia: Amphisbaenia)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Hohl, Leandro dos Santos Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4908
Resumo: Os Amphisbaenia possuem hábito fossorial e pertencem ao grupo Squamata. O gênero Leposternon é representado por espécies que ocorrem em quase todos os Estados do Brasil. Com a exceção de Leposternon microcephalum, que ocorre também na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, todas as outras espécies são endêmicas do Brasil. Possuem diversas adaptações morfológicas que permitem um modo de vida fossorial, incluindo um crânio fortemente ossificado e compacto. Este assume quatro morfotipos, os quais estão associados a diferentes tipos de escavação. O estudo dos modos de escavação, envolvendo cinemática e desempenho locomotor, bem como análises estruturais 3D e variações morfológicas cranianas tem sido realizados dentro do gênero Leposternon. Porém, observações e modelos propostos pelos estudos de biomecânica não associam, diretamente, variações morfológicas cranianas com o tipo de movimento e desempenho locomotor produzido pelo animal. Além disso, as variações cranianas em Leposternon são baseadas apenas em análises descritivas. Sendo assim, os objetivos do presente estudo foram verificar variações morfológicas cranianas intere intraespecíficas por meio da técnica de Morfometria Geométrica e associar tais variações ao desempenho locomotor desses animais, e criar um modelo tridimensional para estudos biomecânicos, alinhando o modelo virtual do esqueleto com imagens sequenciais do movimento em fluoroscopia (rotoscopia científica). Variações morfológicas significativas foram encontradas entre as espécies, e estas se relacionam ao tamanho do corpo e à distribuição geográfica dos espécimes. Como diferenças sutis no tamanho ou forma do crânio podem representar significância na força de mordida e capacidade de escavação, e na velocidade de escavação, a variação craniana encontrada entre as espécies e espécimes de Leposternon pode influenciar diretamente sua dieta e desempenho locomotor. Leposternon microcephalum e L. scutigerum são espécies distintas morfometricamente. A primeira é mais curta e robusta, com uma cabeça mais larga enquanto o outro é mais alongada e afilada, com uma cabeça mais estreita. Elas compartilham os mesmos movimentos de escavação. Os animais analisados atingiram velocidades relativamente altas, mas indivíduos com crânios mais estreitos cavaram mais rápido. Uma correlação negativa entre a velocidade e a largura do crânio foi determinada, mas não com o comprimento total ou diâmetro do corpo. A análise da biomecânica do esqueleto tridimensional de um exemplar de L. microcephalum no ambiente virtual foi determinante para uma descrição ainda mais detalhada sobre seu comportamento escavatório revelando a participação efetiva de outras estruturas, como as costelas, no processo de escavação. Podemos afirmar que a confiabilidade e a complexidade das descrições das variações cranianas e do comportamento e desempenho locomotor, aumentam de acordo com a utilização de técnicas e métodos inovadores.