Adição por comida: prevalência e fatores associados em um estudo de base populacional no Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18766 |
Resumo: | Adição por comida caracteriza-se por uma perda de controle sobre o consumo de certos tipos de alimentos, na maioria das vezes hiperpalatáveis, e por tentativas fracassadas de ultrapassar o problema alimentar apesar das consequências adversas. A tese atual descreve a prevalência de adição por comida e fatores associados (socioeconómicos, demográficos, estilos de vida, estado nutricional, comorbilidades psiquiátricas e clínicas) em uma amostra representativa da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Este é um estudo transversal que utiliza dados do Compulsão alimentar no Rio -Binge Eating in Rio Survey, um inquérito domiciliar que incluiu 2.297 indivíduos dos 18 aos 60 anos. Os participantes forneceram informações sociodemográficas, antropométricas, sobre o estilo de vida, comorbidades clínicas e psiquiátricas. O instrumento utilizado para avaliar a adição por comida foi a escala modificada de adição por comida de Yale 2.0. A entrevista foi aplicada face-a-face. E os dados foram coletados entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020. Prevalência e respectivos intervalos de confiança de 95% (95%CI) foram estimados considerando o peso da amostral e o desenho complexo do inquérito. Foram utilizados modelos de regressão logística para estimar a razão de chance entre as comorbidades psiquiátricas, clínicas e adição por comida. Os modelos foram ajustados para potenciais variáveis de confusão, sexo, idade e IMC. A prevalência de Adição por comida foi de 2,78% (95%CI 1,40 a 4,17) e, foi classificada como leve em 17% dos casos, moderada em 36% e como severa em 46%. A prevalência de adição por comida nas mulheres foi superior à dos homens, 4,08% vs 1,39 (p=0.001), com tendência decrescente com a idade (p=0,017). Quanto ao IMC, adição por comida foi mais prevalente entre aqueles com IMC mais elevado 6,76 % (IC95%CI 4,19 a 10,70) em comparação com aqueles com IMC normal 0,69% (IC95%CI 0,31 a 1,53). Entre aqueles que tinham adição por comida, a prevalência de sintomas psiquiátricos foi de: 75,41% com sintomas de depressão, 77,05% com sintomas de ansiedade, 19,7% de transtorno de compulsão alimentar, 32,79% de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e 19,7% de consumo de álcool. Adição por comida foi associada a todas as comorbidades psiquiátricas, tanto nos modelos brutos como nos modelos ajustados. Entre as morbidades clínicas, os modelos brutos e ajustados mostraram uma associação entre adição por comida e uma maior chance de diabetes, AVC, asma, asma crônica, dores de cabeça, problemas musculares, e refluxo gastroesofágico. Quanto à força da associação, aumentou quando ajustado para problemas crônicos da coluna vertebral e IMC. Como observado em outros países, a adição por comida foi mais frequente nas mulheres e nos indivíduos mais jovens; associou-se à obesidade, também a IMC mais elevado, a comorbidades psiquiátricas e a várias comorbidades clínicas. |