A saúde sob a perspectiva da sociologia: textos inéditos de Guerreiro Ramos sobre puericultura e mortalidade infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Amorim, Andréa Estevam de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4691
Resumo: O objetivo desta tese é analisar o difícil diálogo entre sociologia e saúde, nos anos 40 e 50, na obra do sociólogo Alberto Guerreiro Ramos (GR) sobre puericultura e mortalidade infantil. Será apresentado um GR anterior a produção de suas obras mais reconhecidas e de se tornar uma referência importante na sociologia brasileira; um sociólogo que dedicou 11 anos de sua vida pensando, escrevendo e provocando diálogos sobre questões pertinentes a saúde pública à época. Ao todo publicou 28 textos referentes ao tema saúde. A primeira obra 'Aspectos Sociológicos da Puericultura' é publicada em 1944 e trata-se de um texto sobre o papel da sociologia na puericultura. A última obra 'Sociologia de la Mortalidad Infantil' é um livro, editado no México, no qual analisou o problema da mortalidade infantil para além dos determinantes biológicos. A obra de GR sobre saúde inicia-se com um exercício teórico de aplicação dos preceitos da Escola de Chicago e termina com uma redução sociológica sobre o tema. Dois questionamentos forma persistentes nas (re)leituras destes escritos por que GR escreveu sobre estes temas (puericultura e mortalidade infantil)? Por que esta obra não foi eleita objeto de estudo por seus biógrafos e estudiosos? A questão principal desta pesquisa resulta destes questionamentos iniciais e dos diálogos de construção deste estudo, com o Professor Castro Santos, orientador desta tese por que os diálogos que GR pretendia estabelecer sobre puericultura e mortalidade infantil foram difíceis? Para entender o porquê do não dialogo e indiferença a partir dos textos que compõem a obra, a questão principal é desdobrada em hipóteses, que talvez em conjunto, consigam apresentar indícios de entendimento da pergunta posta em discussão: a própria personalidade de GR; a importância dos temas abordados para a sociologia brasileira da época e os interesses da medicina, em particular dos campos da puericultura e obstetrícia, em travar discussões com outras áreas de conhecimento. A tese está estruturada em três capítulos. Após a introdução, o primeiro capítulo é dedicado a comentar e discutir o primeiro texto de GR sobre saúde, como um marco inicial de sua obra. Esta opção reflete a intenção de não discutir a obra em si, mas a partir dela discutir o contexto de sua produção, de seu tempo e por assim dizer, de seus personagens. O Capítulo seguinte é dedicado à personalidade de GR, sua trajetória de vida, acadêmica e de homem dos seus tempos. A Sociologia brasileira e os sociólogos destes tempos serão o tema de discussão do terceiro capítulo, que pretende compreender como o campo estava constituído, quem os representava e o que elegiam e legitimavam como temas e pesquisas válidas para a Sociologia produzida e publicada no Brasil no período. Nas Considerações Finais, as questões discutidas nos capítulos são entrelaçadas com o objetivo de apresentar respostas à questão central deste estudo.