De dama da corte a Condessa de Belmonte: a primeira mestra de D. Pedro II (1808 – 1855)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha, Gilmara Rodrigues da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17558
Resumo: A proposta do presente trabalho é elucidar aspectos da vida e do pensamento pedagógico da primeira mestra do Imperador D. Pedro II, a preceptora da casa imperial brasileira, Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, Condessa de Belmonte, analisando sua importância na formação do futuro soberano do Brasil, no momento de constituição de uma nova nação que apostava no segundo reinado como perspectiva de ruptura com os processos herdados da colônia e da dominação portuguesa. Mariana Carlota de Verna, considerada uma mulher de muitas virtudes e admirada por D. Pedro I, chegou ao Brasil em 1808, com sua família, e em pouco tempo - e repentinamente - ficou viúva. O Imperador D. Pedro I percebeu nessa mulher qualidades que a diferenciavam das outras damas da corte e, por isso, convidou-a para morar no Paço de São Cristóvão e ser aia do príncipe herdeiro, que nasceria dentro de um mês. Exercendo suas funções desde o nascimento do príncipe, após um ano, com o falecimento precoce de Leopoldina, que o deixou órfão, assumiu o papel de segunda mãe e viveu ao seu lado até o casamento. Nesse contexto, passou a ser responsável pela transmissão de uma educação de aspecto marcadamente moral, segundo ela necessária para quem, no futuro, se tornaria o sucessor no trono brasileiro. Para análise da trajetória da Condessa de Belmonte junto ao príncipe D. Pedro II, foram utilizados acervos localizados no Rio de Janeiro e em Petrópolis, entre eles documentos inéditos pertencentes ao arquivo pessoal de um descendente, além de fontes históricas, incluindo cartas, pesquisadas no Museu Imperial, na Biblioteca Nacional e em outras instituições de guarda de documentos históricos. A revisão bibliográfica sobre o tema propõe um diálogo com biógrafos de D. Pedro II, visando conhecer aspectos da vida de Mariana Carlota de Verna e sua relevância para a formação educacional do futuro soberano. O referencial utilizado como aporte teórico aborda a obra de Marc Bloch (2001), para uma análise historiográfica; Burke (2009), para uma melhor compreensão de como era a sociedade de corte brasileira e como os monarcas eram preparados para o trono; Perrot (2005), que traz os elementos necessários para dialogar com a Condessa de Belmonte na condição de mulher esquecida e silenciada, apesar da sua influência sobre o futuro imperador do Brasil; Vasconcelos (2005), para compreender a educação das elites oitocentistas no Brasil; e Gomes (2004) e Cunha (2019), para contribuir com a análise e interpretação das cartas e do arquivo pessoal disponível. Uma das hipóteses comprovadas é que o conhecimento transmitido pela Condessa de Belmonte influenciou sobremaneira a personalidade do jovem monarca e seu pensamento político. A dedicação da preceptora a suas funções pode ser verificada, entre outros, pela preparação do livro denominado Pequeno Catecismo Histórico, com a finalidade exclusiva de tomar as lições do príncipe, cujo original, ainda não estudado, se encontra em poder do seu descendente e é analisado, como fonte, neste estudo. A par dos ensinamentos da Condessa, presentes em diversas fontes, é possível recompor aspectos da educação considerada adequada para o governo da nação brasileira, que aspirava libertar-se dos resquícios da colônia e ladear as nações tidas como civilizadas.