Fenomenologia da Biologia: uma proposta metodológica para analisar filosoficamente a Biologia
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12186 |
Resumo: | Este estudo tem por objetivo o desenvolvimento de uma análise filosófica dirigida aos chamados fenomenos biológicos e às ciências da vida. O método será o fenomenológico, sendo o programa de pesquisa aqui intitulado de Fenomenologia da Biologia . O desafio foi desenvolver, dentro da chamada tradição fenomenológica, análises pertinentes ao que se denomina em linhas gerais por vida. Uma vez que se trata de uma fenomenologia dirigida a uma ciência empírica, estarão a ela ligadas uma análise da experiência e da corporeidade. No caso, trata-se de uma análise noemática da constituição do ser biológico e ao mesmo tempo de seus aspectos noéticos, no caso, a compreensão histórica da ciência em geral, assim como da própria biologia. O caminho foi mostrar que, se a objetividade científica é concernente ao discurso esperado das ciências, ela incorre, em contrapartida, no objetivismo e nos riscos do reducionismo e do determinismo biológico. Será preciso abordar sobre, 1º, o binômio que constitui a relação organismo e ambiente , 2º, a presença de padrões gestálticos em relação a organismos quanto a espécies. Disso, decorre analisar, 1º, o quanto, considerando a classificação pontiana do comportamento em formas sincréticas, amovíveis e simbólicas, a presença de formas simbólicas é observável não só no homem como em outras espécies; e, 2º, o quanto a noção de espécie envolve apreensões de essência ou apenas consiste em raciocínio indutivo. Para responder a essas questões, serão traçados os seguintes momentos: 1º, crítica ao reducionismo, e, 2º, construção do campo transcendental, próprio da fenomenologia. Um elemento que servirá de guia é o entendimento em geral dos fenomenólogos de que o interpessoal é a base de todo discurso objetivo. De modo análogo a Husserl, que superou o solipsismo monádico e assim adentrou no universo da intersubjetividade, o que se propõe aqui é passar da esfera monádica do organismo para o ecossistema. Só assim será possível abordar eideticamente os processos da seleção e da deriva. A solução será compatibilizar a noção de essência com o fato de que os fenômenos biológicos estão submetidos à evolução. No caso, será mostrado que, ao contrário do que Humberto Maturana e Francisco Varela defendem, os conceitos de seleção e deriva não precisam se opor; antes, são complementares; além disso, uma vez que seleção e evolução contemporizam não a dimensão do indivíduo, mas da coletividade, segue que a evolução não se opõe propriamente ao conceito de essência (que, na biologia, pode ser estendido a espécies e populações), mas ao essencialismo quando afirma a existência de formas fixas permanentes. |