Inclusão social no capitalismo: uma análise de economia política sobre a pertença individual ao modo de produção capitalista e sua relação com a deficiência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Corrêa, Pedro Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18709
Resumo: O que significa “inclusão social”? Nas últimas décadas essa ideia se tornou capaz de conferir uma áurea de sensibilidade aos mais díspares interesses políticos, como se ela, aplicada, trouxesse consigo a panaceia para todas as mazelas sociais. Para explicar a generalização do que chamamos de “noção de inclusão social”, começamos investigando a origem do nosso modo de produção e em seguida entramos no que Marx chama de falsa representação/consciência; ou simplesmente “ideologia”. Se a falsa representação encobre o funcionamento do social e se a “inclusão social” pode ser uma falsa representação, que social é esse e por que ele precisa ser encoberto? Mostramos como o sistema capitalista depende de uma massa de indivíduos despossuídos (de capital e de meios de produção). Estes, por sua vez, precisam ser adaptados continuamente para fornecerem um tipo de mercadoria essencial ao capital: a força de trabalho. No entanto, os despossuídos enfrentam dois desafios. Primeiro, a um certo nível, o desenvolvimento da técnica leva os setores mais produtivos a requisitarem cada vez menos trabalhadores. Depois, a força de trabalho precisa respeitar um grau social médio de habilidade e intensidade. Somente contratando força de trabalho com grau social próximo ao médio os membros da classe capitalista conseguem extrair o lucro médio do capital. Sabendo que o desenvolvimento técnico torna mais complexa a preparação do fornecedor da força de trabalho, e dele mais se exige, concluímos que a deficiência representa não um conjunto de limitações individuais. Ela representa a situação do grupo mais prejudicado pelo mecanismo de depuração resultante do desenvolvimento das forças produtivas do capital, que só será eliminado pela revolução social. Para sobreviverem, então, resta à maioria dos deficientes no capitalismo buscar proteção estatal ou apoiar-se na caridade privada.