Efluentes de 66 plataformas de produção de petróleo e gás natural, Bacia de Campos/Brasil: monitoramento, diagnóstico e avaliação de tendências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, élida Santos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Engenharia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11089
Resumo: Atividades de produção de petróleo e gás natural geram efluentes com potencial significativo para causar impactos ambientais. Considerando o aumento na oferta de áreas para realização destas atividades no Brasil, o presente estudo teve por objetivo contribuir com um diagnóstico detalhado da qualidade dos efluentes descartados por 66 plataformas offshore na Bacia de Campos, avaliando padrões e tendências. O estudo foi realizado com base em relatórios ambientais de monitoramento de água de produção, águas oleosas e efluentes de sistema de injeção, referentes a 66 plataformas offshore da Bacia de Campos, no período de 2012 a 2016. A água de produção foi o efluente descartado pela maioria das plataformas e o de maior volume de descarte no mar. Embora exista limite de lançamento para a concentração de óleos e graxas (TOG) nos efluentes, uma carga de 695 a 942 toneladas de óleos e graxas foram lançadas ao mar por meio de descarte de água de produção no período considerado. Efluentes de sistema de injeção apresentaram aumento de volume descartado no período, indicando que maior atenção deve ser dada ao gerenciamento de tais efluentes, principalmente por não possuírem limites de lançamento e por conterem substâncias biocidas, inibidoras de incrustação e de limpeza das membranas. Os registros e relatos de descarte de águas oleosas no período foram irregulares, indicando a necessidade de melhorias no gerenciamento da atividade. Análises de tendência evidenciaram o aumento de volume e da carga poluidora da água de produção. Estatísticas descritivas da água de produção indicaram grande variabilidade nas concentrações para variáveis monitoradas segundo Resolução CONAMA 393/2007. De forma geral, a água de produção apresentou concentrações para variáveis químicas compatíveis com este tipo de efluente e com valores provenientes de outras regiões produtoras de petróleo. Porém, em termos de valores medianos, observaram-se maiores concentrações de bário e dos radioisótopos rádio-226, rádio-228, além do aumento da toxicidade associada às amostras estudadas, se comparadas a estudo pretérito de água de produção do Brasil. Análises de componentes principais (PCA) e de correlações entre a toxicidade da água de produção (expressa pela Concentração de Efeito Não-Observável-CENO) e variáveis químicas, indicam que BTEX, naftaleno, fenantreno, radioisótopos e salinidade foram as variáveis mais importantes para descrever a composição química da água de produção, tanto em termos de concentrações quanto em termos de associação com toxicidade. As correlações entre ecotoxicidade (CENO) e variáveis químicas indicaram que menos de 10% da variabilidade em termos de toxicidade da água de produção é explicada por variáveis químicas monitoradas. Um estudo comparativo entre diferentes sistemas de tratamento utilizados na Bacia de Campos sugeriu que o uso de filtros praticado por poucas plataformas foi eficiente para reduzir de forma significativa (p<0,05) a concentração de variáveis químicas da água de produção assim como a toxicidade deste efluente sendo, portanto, uma medida recomendada para os sistemas de tratamentos que não possuem filtros. Os resultados indicam que o gerenciamento dos efluentes das plataformas offshore podem ser aperfeiçoados, com melhor registro de volumes e cargas poluidoras lançadas ao mar. É também reforçada a recomendação por parte do IBAMA para substituição no método de quantificação de TOG, implementação de filtros nos sistemas de tratamento e uma avaliação da contribuição de biocidas, inibidores de incrustação e produtos usados na limpeza de membranas para a toxicidade final dos efluentes.