Perspectiva temporal e status socioeconômico de pessoas vivendo com HIV: impactos sobre a avaliação da qualidade de vida em contexto de cronicidade da epidemia
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18395 |
Resumo: | A qualidade de vida coloca-se como questão destacada na história do HIV e da aids, especialmente após o advento da terapia antirretroviral (TARV) e a consequente queda da mortalidade. Diversas questões interferem na qualidade de vida desse grupo, como as condições socioeconômicas, o acesso aos serviços de saúde, desafios psicossociais e, ainda, a percepção do tempo. O objetivo geral do presente estudo foi analisar as relações estabelecidas entre a qualidade de vida e a perspectiva temporal de pessoas vivendo com HIV. Trata-se de estudo quantitativo inferencial. A amostra intencional incluiu 281 pessoas adultas vivendo com HIV. A coleta de dados foi realizada em quatro serviços de saúde, por meio do instrumento de dados socioeconômicos e clínicos, WHOQOL-HIV bref e Inventário de Perspectiva Temporal do Zimbardo (ZTPI). A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e inferencial; para a perspectiva temporal realizaram-se análises de mensuração psicométrica do instrumento, propondo uma versão curta e, posteriormente, realizaram-se análises de regressão para identificar a contribuição da perspectiva temporal na determinação da qualidade de vida. Os resultados indicaram maioria do sexo masculino, com idades entre 39 e 59 anos, com ensino médio (57,6%), heterossexual (51,2%) e em uso de TARV (94,3%). A maioria das facetas da qualidade de vida foi avaliada positivamente, o domínio psicológico apresentou maior média e o meio ambiente a menor. A versão curta do ZTPI, proposta neste estudo, apresentou evidências psicométricas de adequação, sendo utilizada para as demais análises. A análise da perspectiva temporal demonstrou maior escore de futuro e menor de presente-hedonista. As análises de regressão identificaram que, associadas as demais variáveis, a perspectiva temporal determinou a qualidade de vida em todos os domínios: o futuro e o passado-negativo influenciaram os domínios físico e nível de independência; o futuro, o passado-negativo e o passado-positivo influenciaram os domínios psicológico e meio ambiente; o futuro e o passado-positivo influenciaram o domínio relações sociais e o passado-negativo influenciou o domínio espiritualidade, religião e crenças pessoais. Esses resultados indicaram a influência da percepção do tempo sobre a avaliação da qualidade de vida, especialmente do passado e do futuro, confirmando a tese de que o construto psicossocial da perspectiva temporal interfere na autoavaliação da qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV, modulando a compreensão dos modos de viver e de enfrentar a soropositividade. |