O século XIX no XXI: a composição ficcional de Marco Lucchesi em O dom do crime

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Apolinário, Débora de Freitas Ramos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5943
Resumo: Esta tese investiga, a partir do romance O dom do crime (2010), do escritor Marco Lucchesi, as relações subterrâneas entre obras e autores de diferentes épocas; história e ficção; os hipertextos ficcionalizados pelo autor contemporâneo e a vida social de fins do século XIX; as estratégias narrativas indicadas espontaneamente pelo diarista-narrador de Lucchesi e as especificamente endereçadas a Dom Casmurro (1900, obra que despoleta, ao menos ficcionalmente, o projeto ficcional de Lucchesi. O enlace dos dois livros é pauta da engenharia composicional proposta pelo romance atual e eixo em torno do qual questões teóricas, críticas e analíticas, mas também poéticas, filosóficas e científicas, que se desenrolam interna e externamente à narrativa. No mesmo cenário do Rio Antigo, Capitu e Bento Santiago emergem da ficção machadiana, mudam-se de Matacavalos, do romance machadiano, para a Rua dos Barbonos, do romance de Lucchesi. Com intuito de analisar essa ponte construída pelo romancista contemporâneo, a epistemologia da complexidade, de Edgar Morin (1999), serve como orientação metodológica, de modo a tornar operacionalizáveis os múltiplos focos de produção de sentido da narrativa e interligar as partes da tese. A primeira focaliza o trânsito de personagens, analisando geografias que recobrem zonas exumadas da cidade e paisagens ficcionais de Dom Casmurro e de O dom do crime. Já, na segunda parte da tese, uma interface teórica entre ficção, história e ciência, tendo em vista a capacidade da criação de potenciais desdobramentos da mesma história em outras histórias possíveis, ou como diria Jorge Luis Borges: bifurcações ; ou ainda, ao modo científico: histórias alternativas . O terceiro momento deste trabalho avança pela crítica e fortuna crítica machadiana. No último capítulo, uma leitura ascética da escrita de Marco Lucchesi, possibilitada pelo intenso trabalho teórico de Eduardo Guerreiro Losso.