Análise dos conceitos de confiabilidade e confiança na metrologia sob a ótica da filosofia das medições contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Vaz, Rafael de Oliveira Lattanzi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19605
Resumo: Neste trabalho investigamos as acepções de confiabilidade e confiança no contexto da prática da metrologia, a “ciência da medição e suas aplicações”. Demonstramos ao longo do exame dos conceitos de confiabilidade e confiança, à primeira vista assimétricos e utilizados ambiguamente, a indissociabilidade entre produção e disseminação do conhecimento. Enfatizamos, a partir do estudo de caso sobre a redefinição da unidade de medida para a grandeza massa, o kilograma, como processos de padronização constituem-se de etapas mutuamente recíprocas de caracterização e sistematização. Em outros termos, a confiabilidade responde pela qualidade do resultado de medição. A confiança, por sua vez, responde pela efetividade dos atores na capilarização desses resultados em redes multiniveladas de atores. O elo entre ambos está no modo como o conceito de rastreabilidade metrológica converge caracterização e disseminação: uma vez que um resultado de medição local seja reprodutível globalmente, a metrologia dá solidez a uma heterogeneidade exequível e, em última análise, responde à sua maneira à questão da objetividade do conhecimento científico. Discutimos em que consiste essa noção de objetividade para afirmar que a codependência entre confiabilidade e confiança resulta duma cultura da padronização, sem a qual coletividades de pesquisa estão deslocadas e, seus resultados, incomunicáveis. A atuação de componentes epistêmicos e não-epistêmicos (ou cognitivos e não-cognitivos), por fim, levou-nos a propor que valores (componentes de um ethos) não são de tipos diferentes, mas apontam para fatores preponderantes em maior ou menor grau em dado contexto de aplicação. Adotamos a nomenclatura valores sociocognitivos para caracterizá-los sem dissociar, por exemplo, unidade, rationalidade, progresso, estabilidade e objetividade de disunidade, pluralidade, iteratividade, flexibilidade ou subjetividade.