Adaptação transcultural e validação da ferramenta pCAM-ICU para diagnóstico de delirium em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica brasileiras
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8541 |
Resumo: | Acredita-se que o delirium seja uma síndrome ainda bastante subdiagnosticada em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP). A validação de uma ferramenta em língua portuguesa para o diagnóstico de delirium nestas unidades pode evitar o seu subdiagnóstico no Brasil, permitindo o tratamento precoce e reduzindo a permanência em ventilação mecânica, o tempo de internação hospitalar, a mortalidade, os custos da internação e o risco de sequelas. O objetivo geral desta tese foi realizar estudos de adaptação transcultural, confiabilidade e validade da ferramenta Pediatric Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit (pCAM-ICU) já traduzida para a língua portuguesa do Brasil, para o diagnóstico de delirium em UTIP. Os objetivos específicos foram: descrever a incidência de delirium na rotina de três UTIP antes do uso de uma ferramenta diagnóstica; realizar as etapas de equivalência semântica e equivalência operacional da versão do pCAM-ICU traduzida para o português; e avaliar a validade de critério e a confiabilidade interobservadores desta versão. A primeira etapa estimou a detecção de episódios de delirium em três UTIP, sem o uso de uma ferramenta diagnóstica. Foram incluídos 477 pacientes (504 admissões). A incidência de delirium foi de 0,4%. Esta baixa incidência parece corroborar a afirmação da literatura de que o delirium é subdiagnosticado em pediatria. Na segunda etapa, efetuou-se a adaptação transcultural do pCAM-ICU traduzido para o português do Brasil. A versão traduzida foi submetida a um consenso de seis especialistas. Em seguida, um pré-teste foi aplicado em 30 pacientes. A versão brasileira do pCAM-ICU foi obtida segundo as recomendações internacionais. A terceira fase consistiu em um estudo observacional transversal prospectivo em oito UTIP com uma amostra de conveniência (n=116 pacientes), 5-17 anos de idade, sem atraso de desenvolvimento e submetidos ou não à ventilação mecânica. Para a confiabilidade interobservadores, dois pesquisadores previamente treinados aplicaram concomitantemente o pCAM-ICU e avaliaram independentemente o mesmo paciente. Para a validade de critério, um neurologista pediátrico ou psiquiatra, cego para as avaliações do pCAM-ICU, avaliou o mesmo paciente em 30 minutos, utilizando o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais Quinta Edição - DSM-5 (padrão-ouro). Foram incluídas 149 avaliações pareadas. A sensibilidade do pCAM-ICU foi de 90,9% (IC 95%, 58,7-99,8%), a especificidade foi de 99,3% (IC 95%, 96-100%) e a confiabilidade interobservadores foi muito alta (κ = 1,0). A versão brasileira do pCAM-ICU mostrou-se válida e confiável para ser usada no Brasil para o diagnóstico de delirium em crianças com 5 anos de idade ou mais, sem atraso de desenvolvimento cognitivo. |