A Estrutura Potencial do Gênero (EPG) e o ensino explícito de gêneros do discurso: a configuração dos gêneros de tiras e o ensino de língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Simões, Alex Caldas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6197
Resumo: Acreditamos que entender as especificidades dos gêneros discursivos por meio de sua configuração parece ser uma condição sine qua non para instrumentalização desse objeto no ensino de língua portuguesa. A tarefa não é simples, haja vista que há gêneros discursivos particulares como é o caso daqueles que investigamos em nossa pesquisa que merecem, por parte dos investigadores, a criação de marcos teóricos específicos de análise. Esse é o caso de muitos gêneros multimodais, e, em especial, o caso dos Quadrinhos e da família de tiras. Em nossa pesquisa buscamos descrever a Configuração Contextual (CC) e a Estrutura Potencial dos Gêneros (EPG) de tiras, a autobiográfica, a cômica, a livre, a cômica-seriada, a de aventura e a de homenagem. Para cumprir tal objetivo, após uma ampla revisão de literatura sobre a EPG e uma ampla discussão de seus marcos teóricos, expandimos as teorias sistêmico-funcionais de Hasan (1989) em direção à configuração de gêneros multimodais e à construção das relações interespecíficas e intraespecíficas entre gêneros, bem como postulamos um conceito de quadrinhos a semiótica dos quadrinhos (ou verbo-visual) que atendesse a nossa pesquisa. Após as nossas análises, que levaram em consideração a realização de elementos obrigatórios, opcionais e iterativos da EPG e a frequência de realização da linguagem dos quadrinhos em cada conjunto de textos, chegamos à conclusão de que existem seis gêneros de tiras e não apenas quatro como conhecíamos tira cômica, a cômica-seriada, de aventura e livre (RAMOS, 2011; 2014; 2017). A tira autobiográfica surge como um gênero próprio e com características particulares, bem como a tira de homenagem. Quando configuramos os seis gêneros em conjunto percebemos que suas diferenças e semelhanças foram muito mais evidenciadas do que se trabalhássemos com a configuração de apenas um gênero por vez. Esse fato nos leva a concluir que ao levar os gêneros do discurso para sala de aula devemos trabalhá-los em conjunto (por meio de famílias de gêneros parecidos) e não isoladamente, como geralmente ocorre nas aulas de língua portuguesa. Isso levará os alunos a perceber duas questões importantes. Primeiro, que os gêneros discursivos podem se relacionam entre si, como nas relações interespecíficas harmônicas de Protocooperação, que surgiu nas tiras autobiográficas; ou nas relações intraespecíficas harmônicas de Colônia, que surgiu nas tiras cômicas, cômicas-seriada e de aventura. Em segundo lugar, os gêneros devem ser trabalhos em sala de aula em conjunto a fim de que os alunos possam entender e replicar sem dificuldade o padrão textual encontrado na família de gêneros estudada. Acreditamos que está no estudo entre os gêneros, e sobre as famílias de gêneros, a possibilidade de potencializar o aprendizado de língua portuguesa por meio dos gêneros do discurso. As teoria de Hasan, nesse sentido, constituem uma ferramenta essencial nesse processo, pois permitem, por meio da EPG, descrever os gêneros e as relações entre gêneros