A cidade por entre as páginas do jornal fala roça: sobre fazer comunicação “de favela” e formas de ser jovem na Rocinha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Faria, Cristina Pedroza de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16918
Resumo: Esta tese é um estudo etnográfico sobre o processo social de comunicação do jornal Fala Roça, veículo de informação criado por jovens moradores(as) da Rocinha, conhecida favela da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Fundado em 2012, como parte das atividades de um projeto social, o jornal permanece ativo, circula em meio impresso e online; formalizou-se como associação de comunicação e atua nas interfaces entre jornalismo profissional e atividades comunitárias. Seus objetivos se vinculam ao direito à comunicação, a falar para “os moradores” e da “favela para o mundo”. De forma colaborativa, o estudo acompanhou esta mídia entre 2014 e 2018, concentrando-se na análise da versão impressa e nos pontos de vista dos seus comunicadores. A proposta central foi conhecer como o Fala Roça construía a sua forma específica de comunicar e se apropriava da chamada comunicação comunitária, no contexto da crescente produção midiática oriunda de favelas e periferias da cidade. Dentre as singularidades do veículo, ressaltamos se constituir em lugar de encontros múltiplos – entre memórias/tradições locais e novidades relativas aos percursos juvenis dos seus realizadores. Uma análise cruzada de reportagens do Fala Roça e de dois antigos periódicos locais (Tagarela e Rocinha Notícias) permitiu notar conexões com antigos saberes da favela; por outro lado, incorpora elementos das biografias dos integrantes, como o acesso ao ensino superior e escolhas profissionais relacionadas à Comunicação Social. Este estudo de caso evidenciou, ainda, cenários sociais que tiveram efeito sobre a trajetória do jornal, como políticas estatais para jovens e relativas à segurança pública – especialmente, as Unidades de Polícia Pacificadora. Autodefinida como “comunicação comunitária”, “de favela”, dentre outras expressões, a experiência do Fala Roça escapa a predefinições conceituais acerca destas práticas, estabelecendo um discurso híbrido. Com base na contribuição teórica de Michel Foucault sobre discurso, são analisadas tensões relativas a este processo comunicativo, como a militarização da favela e a gramática do empreendedorismo. A metodologia do estudo abrangeu trabalho de campo etnográfico, entrevistas de história de vida, análise documental, fotografia como instrumento de pesquisa e cartografia social.