Narrativas autobiográficas e representações da exclusão social brasileira: com a palavra, Sacolinha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Siniscalchi Júnior, Márcio Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16670
Resumo: O objetivo desta tese é pesquisar a relação entre literatura e território, com ênfase na articulação entre forma e conteúdo em textos ficcionais e autobiográficos do escritor Sacolinha, que pertence à primeira geração de autores do movimento marginal/periférico iniciado em São Paulo no final do século 20. Sacolinha diz ter começado a escrever depois da leitura de Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, precursora da literatura periférica no Brasil. Questões de gênero, raça e orientação sexual fazem parte de seu universo literário e de seu ativismo social, o que requer uma investigação mais minuciosa tanto em sua produção ficcional quanto em entrevistas e em outras manifestações individuais, como blogs e redes sociais. Uma análise comparativa entre os textos autobiográficos de Sacolinha e os de Carolina Maria de Jesus permite entrever uma atualização sobre as representações da favela e de seus habitantes. Já as contribuições estéticas de João Antônio para o movimento marginal/periférico são perceptíveis em alguns textos de Sacolinha, que também trazem a linguagem “das ruas” e experimentações com o foco narrativo. Vale lembrar que a exclusão das classes populares não é algo que acontece unicamente na literatura; trata-se de um fenômeno comum a todos os espaços de produção de sentido na sociedade. Logo, é preciso discutir sobre a perda de diversidade provocada por essa tentativa de silenciamento, trazendo para o centro do debate a necessidade de reconhecimento social de um discurso literário com valores éticos. O fato de boa parte das publicações de Sacolinha ser divulgada de forma independente – usando os espaços públicos e novas tecnologias para romper as barreiras do mercado editorial – propicia ainda uma discussão sobre as estratégias de circulação da literatura periférica na contemporaneidade e sua inserção no campo literário