O conceito de grande Outro em Lacan: a alteridade fundamental do simbólico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferreira, Ligia Julianelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19268
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo estudar o grande Outro, conceito que perpassa o ensino lacaniano e ganha diferentes contornos conforme o psicanalista avança em sua teoria. Partimos do encontro de Lacan com a etnologia francesa na década de cinquenta, que lhe forneceu as bases para se lançar no estudo do simbólico e efetuar um remanejamento de sua teoria do imaginário, à qual vinha se dedicando até então. Essa virada teórica culminou em um desdobramento da noção de alteridade, que passou a se dividir em pequeno outro – o outro especular pertencente ao registro imaginário – e grande Outro – a alteridade do campo do simbólico, da qual o sujeito depende para se constituir. Se, de início, o Outro foi apresentado como uma instância total, que responderia pelo sujeito e lhe ofereceria garantias, logo passou a ser apresentado como uma estrutura marcada por uma falta fundamental no nível do significante, acionada a cada vez que o sujeito busca respostas sobre aquilo que ele é e quer. Vimos que, conforme Lacan avança em direção à conceituação do real, o campo do Outro se afasta cada vez mais de qualquer possibilidade de autenticar o discurso que nele se articula e oferecer garantias ao sujeito, até que, já no final da década de sessenta, valendo-se da lógica matemática, o psicanalista vai demonstrar que o Outro, conjunto dos significantes, é radicalmente inconsistente.