Maternidade e volta ao trabalho: a autopercepção da mãe sobre a construção do vínculo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Faria, Ana Paula Simeão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19549
Resumo: O vínculo afetivo está na base evolutiva da espécie humana, cuja principal função é garantir a sobrevivência e o desenvolvimento saudável do bebê. A partir do vínculo entre mãe e filho(a), trocas sensitivas e emocionais vão estabelecendo uma relação íntima e eficaz, que proporciona bem-estar e regulação para a díade. Evolutivamente, mãe e bebê contam com um repertório de comportamentos e de traços afetivos que possibilitam que os dois se adaptem ao novo ambiente e busquem soluções. Cada cultura influencia nos modos de vínculo afetivo, de papel materno e de organização familiar. Atualmente, as mães não são mais exclusivas para os(as) filhos(as), pois desejam também trabalhar fora, mudando a organização familiar, em que o pai é convocado a atuar mais nos cuidados com os(as) filhos(as). No entanto, muitas mães que trabalham fora mantêm no imaginário o ideal de 'boa mãe': aquela que abre mão de si para cuidar e educar os filhos. Outro fator, a difícil conciliação entre maternidade e trabalho, pois ambos exigem grande investimento de tempo e de dedicação. Quando a mãe volta ao trabalho, precisa romper o vínculo diário em tempo integral, ainda prematuramente, pelas longas horas fora de casa. O rompimento prematuro contrapõe-se a um vínculo ainda muito interdependente. A separação gera o sofrimento que pode influenciar negativamente no vínculo mãe-bebê. Assim, o objetivo deste estudo é o de investigar a autopercepção de mães profissionais sobre a construção do vínculo com seu(sua) filho(a), considerando a separação da díade, na volta ao trabalho, em um cenário de pandemia que mudou o modelo de trabalho. Utilizando métodos qualitativo e quantitativo, participaram 10 mães profissionais durante e após a licença-maternidade, residentes no Rio de Janeiro, entrevistadas seguindo um roteiro e aplicadas três escalas (Bem-estar subjetivo, Apoio social e Escala criada para a pesquisa). As entrevistas foram transcritas e adotamos a Análise de Conteúdo, das escalas foram gerados os escores e analisados para efeito de comparações e de correlações entre os resultados, usando os testes estatísticos de Wilcoxon e Spearman. De modo geral, as mães que tiveram a flexibilidade no trabalho aumentada pela pandemia (home office) conseguiam lidar melhor com a separação do bebê na volta ao trabalho, diminuindo o sofrimento, pois têm o fator favorável de trabalhar em casa (ou se ausentar por poucas horas) e maior suporte do marido, também trabalhando em casa. Fatos preponderantes para que percebam que o vínculo se mantém estável e saudável. Já a mãe que tem o trabalho em tempo integral (mesmo em home office), apresentou alto nível de sofrimento diante do prenúncio da separação na volta ao trabalho, ecoando como uma ameaça ao vínculo com seu filho, no medo da perda do seu amor.