Relações de tamanho, massa e dieta no nicho alimentar em uma comunidade de anuros na Mata Atlântica
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4905 |
Resumo: | As espécies de anuros que constituem as comunidades ecológicas não são agrupadas de forma aleatória. Entre os fatores determinantes na estruturação de comunidades de anuros estão à distribuição dos tamanhos e as relações tróficas entre as espécies simpátricas. Os anuros exercem um importante papel na ciclagem de nutrientes nos habitats onde estão inseridos, atuando como recursos para predadores e no controle das populações de invertebrados. A serapilheira das florestas tropicais constitui um microambiente com uma grande diversidade biológica, incluindo vertebrados e invertebrados. A Reserva Ecológica de Guapiaçúé uma Reserva Particular do Patrimônio Natural em uma área de Mata Atlântica e tem diferentes níveis de conservação. Sua maior porçãoencontra-se inserida no Parque Estadual dos Três Picos, estando o restante na sua zona de amortecimento. Os objetivos desse estudo foram dedescrever a dieta das espécies simpátricas de anuros da serapilheira, avaliando a potencial existência de uma partilha de recursos promovida por diferenças morfológicas entre os indivíduos; descrever e buscar padrões nas redes de partilha de recursos alimentares buscando identificar se existe especialização individual na dieta dos indivíduos e, adicionalmente, verificar o atual conhecimento sobre partilha de recursos tróficos em anuros no mundo. As amostragens para obtenção dos indivíduos de anuros foram realizadas durante 10 dias consecutivos em março 2015, utilizando o método de busca ativa limitada por tempo. A revisão sobre a partilha de recursos tróficos por anuros no mundo foi realizada por uma busca nas bases de dados entre os anos de 1945 e 2016. O atual conhecimento sobre o tema no mundo se concentra nas regiões tropicais, sendo que o Brasil tem o maior número de estudos. Algumas tendências para as comunidades de anuros foram identificadas, mas estudos adicionais são necessários para que mais inferências possam ser feitas. A abundância total de invertebrados na serapilheira foi de 6.854 indivíduos, com uma riqueza total de 43 ordens. Foram analisados 576 indivíduos de anuros, de 11 espécies. Os indivíduos das espécies amostradas consumiram um total de 2.706 presas, de 40 categorias. Formicidae foi a presa mais importante para comunidade tanto numericamente (32,9%), quanto em frequência de ocorrência (34,3%). Volumetricamente, o item mais representativo foi Orthoptera (27,0%). Segundo o índice de importância as presas mais representativas para comunidade foram da ordem Coleoptera (23,9%). Houve maiordominância de Iscnocnema aff. guentheri, seguida de outras espécies de desenvolvimento direto (Hadaddus binotatus e Euparkerella brasiliensis). As espécies consumiram presas pouco abundantes no ambiente e tiveram sobreposição de dieta 3,6 vezes maior do que seria esperado ao acaso. Não houve variação sexual ou ontogenética na utilização dos recursos alimentares pelas três espécies de anuros mais abundantes na comunidade. Não houve aninhamento ou modularidade na dieta das três espécies mais abundantes. Os dados indicaram que Iscnocnema aff. guentheri e Euparkerella brasiliensis tiveram especialização individual na dieta, porém ela não ocorreu em Haddadus binotatus. O presente estudo contribuiu para preencher parte das lacunas de conhecimento existentes para a partilha de recursos alimentares entre anuros de serapilheira na Mata Atlântica, e em especial para o Parque Estadual dos Três Picos e a Reserva Ecológica de Guapiaçú. |