Lévinas: do sujeito ético ao sujeito político

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Carrara, Ozanan Vicente
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12195
Resumo: Este trabalho tem como objetivo elucidar um modo de pensar a política outramente a partir da filosofia da alteridade de Emmanuel Levinas. O caminho tomado percorre a trajetória de seu projeto filosófico a partir da questão da socialidade. Mostra-se assim, num primeiro momento, como a subjetividade ética, fugindo ao solipsismo da filosofia clássica do sujeito, compreende o sujeito a partir da socialidade instalada em sua própria intimidade, sendo o Outro um sentimento que o inquieta e o impede de se perceber como mônada indiferente aos outros. Procura-se por esta via superar o totalitarismo ontológico! Num segundo momento, aborda-se a socialidade que a ontologia deixa transparecer com o fim de descobrir que ela não é uma filosofia social respeitadora de outrem. Passa-se então à ética que se presta melhor a essa tarefa. A linguagem ética deve então substituir a linguagem ontológica da totalidade para que as diferenças possam ser respeitadas e preservadas. Mostra ainda como o sujeito se transcende eticamente pela fecundidade e pela filialidade, deixando a existência ser descoberta como plural, numa tensão com o modelo de transcendência proposto tanto pelo idealismo como pelo liberalismo, ambos modelos de tendência totalizadora. Tudo isso nos leva à concepção de uma política que, para ser pensada outramente, também deve ser impedida de se autonomizar e assim se fechar na totalidade da guerra, deixando-se interromper pelas exigências éticas dos inúmeros outros cujas alteridades são apagadas pela universalização das políticas sobretudo kantiana e hegeliana. Uma política pensada outramente se conserva aberta ao julgamento do Rosto - total exterioridade - que lhe permite descobrir-se como incapaz de reproduzir a justiça do face-a-face ético, no nível social, e, por isso, será sempre interrompida por ela quando a política tender a esquecer a alteridade dos outros, caindo no anonimato e na impessoalidade da ontologia.