Efeito do extrato do caroço de açaí (Euterpe oleracea Mart.) no desenvolvimento da hipertensão e da disfunção endotelial em modelo experimental de pré-eclâmpsia
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16217 |
Resumo: | A pré-eclâmpsia (PE) complica em torno de 5% das gestações e é a principal causa de morbimortalidade materna e fetal. A administração de L-NAME (inibidor da óxido nítrico sintase) durante a gravidez de roedores constitui um modelo farmacológico de PE, que apresenta hipertensão, proteinúria e disfunção endotelial materna, bem como restrição do crescimento fetal. Estudos do nosso grupo evidenciam que o extrato hidroalcoólico do caroço do açaí (ASE) é rico em polifenóis e apontam para suas ações antioxidante, vasodilatadora e anti-hipertensiva. Este estudo tem como objetivo investigar os efeitos preventivos do ASE sobre a as alterações cardiovasculares que acompanham a PE experimental. A PE foi induzida em ratas Wistar grávidas (3 meses) pela administração de L-NAME (60mg/Kg/dia), do 13° ao 20° dia de gestação. Ainda, foram avaliados os efeitos do tratamento concomitante com ASE (200mg/Kg/dia) sobre as alterações cardiovasculares induzidas neste modelo. Foram utilizados 4 grupos experimentais: L-NAME; L-NAME+ASE; Controle; Controle+ASE. A pressão arterial (PA) foi aferida uma vez por semana por pletismografia de cauda. A microalbuminúria foi avaliada em urina de 24h, coletada no 19° dia de gestação. No 20° dia, as ratas foram anestesiadas com tiopental (50mg/Kg ip), o número e o peso dos fetos vivos, assim como a massa placentária total foram avaliados, foi realizada a coleta de sangue para análises bioquímicas, e o leito arterial mesentérico (LAM) foi isolado e acoplado a um sistema de perfusão de órgãos para avaliação da sua reatividade a substâncias vasoativas. O dano oxidativo a atividade das enzimas antioxidantes foram avaliados no plasma e em homogenato de LAM. Os níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatória e do fator anti-angiogênico sFLT1 também foram avaliados. A expressão proteica da eNOS total e eNOS fosforilada (ser1177) foi avaliada no LAM por Western Blotting. Os resultados demonstraram que o ASE previne o desenvolvimento da hipertensão e a microalbuminúria neste modelo, bem como a redução da massa placentária e a restrição do crescimento fetal (p<0,05). O ASE também preveniu a redução da resposta vasodilatadora induzida por acetilcolina, bradicinina e angiotensina II no LAM pré-contraído com norepinefrina na PE experimental (p<0,05). Ainda, o tratamento preveniu parcialmente o aumento da resposta vasoconstritora induzida pela angiotensina II (p<0,05), mas não da noradrenalina neste modelo. O dano oxidativo plasmático, avaliado pela formação de subprodutos da peroxidação lipídica (TBARS), apresentou-se aumentado no grupo L-NAME comparado ao controle e o ASE preveniu este aumento (p<0,05). A atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx) não foram diferentes entre os grupos em amostras de plasma. Por outro lado, os níveis de TBARS foram menores no LAM do grupo L-NAME (p<0,05) e o ASE não modificou este parâmetro, enquanto os níveis de carbonil no LAM não diferiram entre os grupos. A atividade das enzimas CAT e GPx estavam diminuídas no LAM dos grupos L-NAME e L-NAME+ASE (p<0,05), enquanto a atividade da SOD não diferiu entre os grupos. A expressão proteica de eNOS total e sua forma forforilada, bem como os níveis plasmáticos de citocinas pró-inflamatórias e de sFlt1 não diferiram entre os grupos. Os resultados do presente estudo demonstraram que o tratamento com ASE previne o desenvolvimento da hipertensão e a restrição do crescimento fetal na PE experimental induzida pelo L-NAME. Os efeitos benéficos podem ser atribuídos, pelo menos em parte, a sua ação antioxidante e a melhora da disfunção endotelial neste modelo. |