Guyau, Durkheim e o problema científico da moralidade: por uma via sociológica de mediação para o impasse entre liberdade e determinismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Amaro, Rodolfo Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15518
Resumo: A partir de uma investigação centrada em determinadas pressuposições e tensões que caracterizavam o ambiente intelectual francês das últimas décadas do século XIX, e seguindo um aparentemente crescente reconhecimento da participação do espiritualismo na formação intelectual dos ícones responsáveis pela emergência das ciências humanas na França, o presente estudo busca reinterpretar as obras de Jean-Marie Guyau e de Émile Durkheim, discutindo seus esforços teóricos para tornar viável uma ciência social. Propõe-se a reconsideração dos empreendimentos de Guyau e de Durkheim como uma extensão de problemas que já vinham se arrastando durante algumas décadas e que ganhavam expressão nas contraposições entre filosofia (ou psicologia) e ciência, espiritualismo e positivismo, liberdade e determinismo, repercutindo em polarizações como as entre atividade e passividade, moralidade e hábito. Sustenta-se então que as tentativas de solucionar, mediar ou resolver tais tensões tiveram participação decisiva e atuaram a um nível profundo de seus empreendimentos sociológicos. A especificidade das suas soluções àqueles impasses foi não só eleger raciocínios sociológicos, mas mediar as polarizações através da noção de moralidade. Isso explica a centralidade do problema científico da moralidade para a fundamentação de suas sociologias, passando a consistir tanto no maior desafio quanto no pilar capaz de sustentar uma ciência social. É com base nesse quadro sobre a questão da moralidade e de sua relação com a composição da vida psíquica que são interpretadas as noções de autonomia individual, regras de conduta, obrigação, hábito, vida e anomia, adentrando nos contrastes e semelhanças entre Guyau e Durkheim, bem como nas persistências e inovações trazidas por suas sistematizações teóricas. Analisando suas tentativas de promover sínteses entre o espiritualismo e o positivismo em seus principais trabalhos, o estudo procura se valer de uma série de contrapontos entre os dois autores a fim de elucidar elementos subjacentes a suas perspectivas, responsáveis pelos contrastes mais nítidos entre suas visões sociológicas. Com isso, busca-se fornecer uma interpretação mais prolongada sobre a sociologia durkheimiana, considerando seu desenvolvimento em suas sucessivas tentativas de resolver a transição entre passividade e atividade através da moralidade. Como pano de fundo à tese, comparece o que defendo ter sido uma árdua e intricada transição de um espiritualismo sociologicamente ingênuo para uma sociologia hiperespiritual avessa a uma noção de self desprendido do mundo.