Seletividade marital e desigualdades no Brasil: educação, renda e as origens sociais das próximas gerações
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17486 |
Resumo: | O presente trabalho compreende um conjunto de investigações empíricas que articulam mudanças nas famílias, seletividade marital e desigualdades no Brasil. Mais especificamente, os padrões de casamento são tomados como fio condutor para explorar as conexões entre famílias e estratificação social. Em primeiro lugar, são analisadas tendências na seletividade marital por educação que se desenrolaram ao longo de mais de meio século (1960-2015). Essas tendências são interpretadas sob a luz de diversas mudanças sociais e demográficas — quase todas dire- tamente ligadas à expansão do sistema educacional — relevantes para a formação de uniões. Os resultados mostram que, depois de pelo menos quatro décadas de declínio, as chances de homogamia educacional aumentaram entre 2000 e 2010, mudança que parece estar relacio- nada à expansão educacional nos níveis médio e superior. Em seguida, a seletividade marital é analisada como uma dimensão das origens familiares das novas gerações. Para a transmissão intergeracional de vantagens e desvantagens, as famílias experienciadas pelas crianças são mais importantes do que as famílias formadas pelos adultos. São discutidos os processos demográfi- cos que conectam essas duas coisas e exploradas suas consequências sob a ótica da associação entre a escolaridade dos cônjuges. Os contextos familiares em que as crianças nascem e crescem são moldados por diferenciais de fecundidade, eventos conjugais e mudanças na escolaridade dos pais. Os resultados indicam que a combinação desses fatores reforça a associação entre a educação dos pais, de modo que as origens familiares são mais desiguais do que as famílias. Finalmente, a última contribuição conecta mudanças na vida familiar às tendências da desigual- dade de renda. O aumento da participação laboral de mulheres em união nas últimas décadas em geral ajudou a equalizar a distribuição de renda familiar, mas também teve o efeito colateral de fortalecer a associação entre os rendimentos dos cônjuges, o que funcionou como um freio, mesmo que fraco, para a redução da desigualdade. As análises apresentadas aqui mostram que essa associação pode ser dividida em três componentes: a similaridade dos rendimentos nos casais com dupla renda, a relação entre a participação laboral das esposas e os rendimentos dos maridos e a prevalência de casais com dupla renda — sendo que este último componente teve o maior impacto na desigualdade. |