Presente à Yemoja: um estudo sobre a sustentabilidade ambiental da prática religiosa em Sepetiba no município do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Ambiente e Sociedade |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22852 |
Resumo: | O conhecimento e práticas dos ancestrais africanos encontram-se preservados nos terreiros de religiões de matrizes africanas. Nesse contexto, entre os principais valores afrocivilizatórios, está a relação com a natureza e as divindades que a regem. Dentre essas, está Yemoja, a Rainha do Mar. O “Presente de Yemoja” é o maior evento dedicado a uma divindade africana no Brasil, realizado na maioria dos estados, e também no exterior. O “Presente á Yemanjá em Sepetiba” é o segundo maior evento afro religioso do estado do Rio de Janeiro, e teve sua primeira edição no ano de 1994. Tradicionalmente, ocorre no segundo domingo de fevereiro na praia de Dona Luiza, que fica situada em Sepetiba, Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, RJ. Sua importância para os povos de terreiros faz com que diversos devotos compareçam a festividade e, com isso, soma-se os problemas ambientais causados pelo uso dos espaços naturais. O presente estudo tem o objetivo de propor práticas sustentáveis para a realização do “Presente à Yemanjá em Sepetiba”, condizentes com a cosmovisão afro-brasileira e africana, na qual a natureza é primordial para os cultos religiosos. Em Sepetiba estão localizados alguns patrimônios históricos e naturais, que conta com áreas de preservação ambiental. Abriga uma grande diversidade de terreiros de religiões de matrizes africanas. Sua riqueza ambiental torna essa localidade o lugar ideal para os cultos as divindades africanas e pindorâmicos. Foram realizadas entrevistas com os participantes do evento através de um formulário online para traçar o perfil social e religioso dessa comunidade. Foram feitas observações participativas, oficinas de educação ambiental e mobilizações presenciais e virtuais, bem como o resgate histórico do evento. Nas oficinas de educação ambiental foram desenvolvidos balaios cerimoniais ecológicos feitos de folha de coqueiro trançado e bonecas de palha de milho e juta, representando Yemoja. Além de atividades de reflexões sobre as principais temáticas ambientais. Participaram das oficinas 3.047 pessoas, totalizando 180 presenciais e 2.867 virtuais. As propostas de tornar o evento sustentável ambientalmente foram praticadas durante sua 26° edição. A 27° edição do evento foi realizada vitualmente, devido à pandemia por Covid-19, o que possibilitou que o evento fosse totalmente sustentável. A educação ambiental popular de terreiro pode contribuir para o repensar das práticas tradicionais, lembrando que nada é imutável que não possa mudar. Inclusive em relação à oralidade, uma vez que os avanços tecnológicos, presentes também nas comunidades de terreiros, podem ser usados como recursos para discussão das práticas religiosas através das redes sociais. Que a partir do 11º R da sustentabilidade (Resgate), proposto nesse trabalho, se escreva um novo itan (mito, estória) para os povos de terreiros. Que esse itan valorize a conservação, conscientização e a sustentabilidade de todos os seres vivos existentes no planeta. |