Das Bênçãos de Iemanjá aos Desígnios do Mercado: ‘violência’ e ‘paz’ no réveillon do Rio global
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16692 |
Resumo: | Esta tese pretende discutir os sentidos que o jornal O Globo dá aos termos ‘violência’ e ‘paz’ durante a cobertura do réveillon carioca, visando legitimar um projeto de cidade. A partir da década de 1990, quando o Rio passou a ser gerido sob a lógica do ‘planejamento estratégico’, os sentidos de tais palavras no panorama jornalístico variam propositalmente de acordo com a conjuntura política e econômica. Nesse sentido, utilizamos como metodologia a pesquisa documental, realizada no acervo do periódico supracitado, onde analisamos a cobertura dos réveillons entre 1993 e 2018. Para tanto, nos baseamos nas obras de Letícia Matheus (2011) e Kleber Mendonça (2018). Também tivemos como referencial, no que diz respeito a um olhar sobre a cidade e os megaeventos, as obras de Carlos Vainer (2002 e 2016), Ricardo Freitas (2011 e 2014), Fernanda Sánchez (2010) e Verena Andreatta (2006). Dessa maneira conseguimos ver como as comemorações de Ano Novo no Rio de Janeiro acompanham o desenvolvimento urbano, desde as reformas de Pereira Passos até o processo de requalificação realizado por Eduardo Paes, visando transformar o Rio, através das Olimpíadas, numa cidade global. Verificamos como o réveillon se tornou um megaevento na rotina da cidade, a influência da construção do bairro de Copacabana nesse processo, através dos hábitos e comportamentos moldados a partir da vida praiana. Não podemos deixar de citar também a influência das religiões afro-brasileiras – com os ritos a Iemanjá – no modo como comemoramos a passagem de ano. Assim, ao traçarmos um histórico dos festejos de Ano Novo no Rio, conseguimos enxergar como a cobertura jornalística desta festa é utilizada discursivamente para salientar ou silenciar notícias que corroborem com um projeto neoliberal de cidade. Nesse contexto, o manejo dos termos ‘violência’ e ‘paz’ torna-se fundamental à construção de consensos discursivos legitimadores deste processo. |