A alimentação com dieta hiperlipídica, contendo óleo de soja, durante a gestação e a lactação, influencia a composição corporal e o desenvolvimento do hipocampo da prole e ratos Wistar
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12667 |
Resumo: | A qualidade e a quantidade excessiva de alimentos de alta densidade energética consumidos por mulheres em idade fértil exercem papel direto na transmissão de traços obesogênicos para a próxima geração e influencia a formação do sistema nervoso. O objetivo desse estudo foi avaliar de que forma a dieta hiperlipídica (DH), rica em óleo de soja, ingerida durante a gestação e lactação influencia a composição corporal e o desenvolvimento hipocampal da prole. Ratas Wistar adultas foram alimentadas com dieta normolipídica (NL=8), contendo 7% de óleo de soja ou dieta hiperlipídica (HL=8), contendo 19% de óleo de soja. Ao desmame (21 dias), alguns parâmetros maternos foram analisados: o conteúdo de triglicerídeo (TG), colesterol (COL), proteínas (PTN) e lactose (LAC) no leite; a massa de ovários e útero; e índices glicêmicos. As avaliações da prole foram realizadas em diferentes idades pós-natal (P10, P20, P30, P60 e P90), para aspectos metabólicos e morfológicos do hipocampo: tolerância à glicose; identificação de neurônios (NeuN), astroglia (GFAP) e oligodendroglia (CNPase e MBP); quantificação celular por NeuN e de densidade por GFAP. As proteínas de oligodendrócitos/mielina foram quantificadas por western blotting aos 60 e 90 dias. Nas lactantes e na prole de ambos os grupos (NL e HL) foram avaliados a massa corporal, a ingestão alimentar, o tecido adiposo intra-abdominal, a tireóide, o fígado, assim como as concentrações plasmáticas de TG, COL, VLDL-c, LDL-c, HDL-c e PTN. Nas lactantes, a ingestão de DH promoveu o aumento das massas corporal, de tecido adiposo, de ovários, da glicemia, da insulinemia e dos índices Homa β e IR e a redução de HDL-c. No entanto, não afetou a ingestão alimentar e a composição do leite. A prole HL mostrou aumento das massas corporal, de tecido adiposo e da tireóide e, da glicemia (por TTGI) até P60, sem alteração no consumo alimentar, até P90. Aumento de índices lipídicos foi observado apenas no período da lactação. A avaliação do desenvolvimento do hipocampo mostrou aumento do número de neurônios nas regiões do Corno de Amonn (CA1, CA2, CA3) e no giro denteado (GD) em P10 e na CA1 e GD, em P20. A marcação para astroglia (GFAP) foi maior no GD em P10 e na CA3 em P30. A imunohistoquímica para CNPase e MBP sugere a redução de oligodendrócitos/mielina em P20 e P30. Não foram observadas diferenças entre os níveis de proteínas entre os grupos a partir de P60. A ingestão de DH, contendo óleo de soja, durante a gestação e a lactação promoveu alterações na composição corporal e no metabolismo glicídico das lactantes e, na prole desencadeou um efeito obesogênico, além de induzir o aumento de neurônios e astrócitos, acompanhado por um aparente atraso na diferenciação de oligodendrócitos, durante o período da lactação. Embora essas alterações não sejam permanentes, a hipótese de alteração na circuitaria hipocampal não deve ser descartada, com suas possíveis conseqüências sobre a memória, o aprendizado e o comportamento alimentar, visto a interferência ocorrida em um dos períodos críticos do desenvolvimento neural. |