“E o professor...o que é, o que é, meu irmão?”: sentidos de docência na base nacional comum para a formação inicial de professores da educação básica.
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20595 |
Resumo: | Esta dissertação refere-se a uma pesquisa desenvolvida no Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas (PPGECC/UERJ), na linha de pesquisa Educação, Movimentos Sociais e Diferenças. Traz como temática os sentidos de docência na Base Nacional Comum para a Formação inicial de professores da Educação Básica (BNC-Formação), tendo assumido como eixo central a questão: como a BNC-Formação tem subjetivado o que é ser professor e como deve ser sua docência. O objetivo geral da pesquisa é identificar e des-sedimentar sentidos hegemônicos nas políticas curriculares para formação de professores, que tentam fechar um sentido necessário, universal e definitivo de docência a ser formada, como via de alcance à qualidade da educação. Para tal, três objetivos específicos organizaram essa investigação: (i) desenvolver o contexto discursivo da BNC-Formação acerca da relação antagonística que tem se articulado na política; (ii) identificar e problematizar as demandas discursivamente articuladas na BNC-Formação; (iii) des-sedimentar os discursos de docência que constituem a hegemonia dessa política. Essa discussão é desenvolvida a partir dos aportes teórico-metodológicos das abordagens pós estrutural e pós-fundacional da Teoria Política do Discurso, de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe e da perspectiva discursiva de Currículo, por Lopes e Macedo, que apostam no currículo como discurso, como prática de significação, sendo os processos de significação provisórios, contingentes, precários, constituídos em processos de negociação. No campo da formação de professores, apoiou-se em pesquisas desenvolvidas por Figueiredo, Dias e Frangella. Teve como empiria documentos curriculares sobre a formação de professores assinados pelo Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Educação (CNE) e documentos internacionais da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico que trazem discursos sobre a docência contingencialmente constituídos. A investigação indicou que os sentidos de docência privilegiados na política, evoca um professor predisposto a novos aprendizados ancorados em discursos objetivistas de educação, sustentados em inovações pedagógicas significadas nos referenciais docentes e baseados num alinhamento de ‘boas práticas’ e ‘base robusta de conhecimento’, como resposta à ‘desqualificação docente’. Além disso, destacam-se padrões de comportamentos desejados a serem desenvolvidos na docência como tentativas de regular e controlar as várias possibilidades de ser dos professores, sedimentando certas identificações. Nesses discursos, são identificados sentidos de docência que ressignifiquem paradigmas relacionados à formação de professores, ancorados em tentativas de um consenso universal incorporado sobretudo nos discursos da modernidade, na busca de um sujeito centrado, emancipado e capaz de realizar a transformação social. Assim, buscou-se possibilitar a des-sedimentação dos discursos ao interpretar-se as contingências que são “apagadas” na tentativa de fechamentos impossíveis como significado último para a docência, apostando-se na reativação de discursos que expressam a ausência de fundamentos fixos, pré-determinados, alicerçados numa concepção teleológica da política. Defendi que não há completude possível nos processos de significação, pois há sempre negociação de sentidos, visto que as significações se dão no por vir. |