A economia política dos Estados de bem-estar tardios sob a globalização: uma comparação entre América Latina e Leste Asiático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Barbosa, Pedro Mendes Rufino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17910
Resumo: Esta tese realiza uma análise descritiva e causal do processo de expansão dos Estados de bem-estar tardios durante os anos 1990 e 2000, com enfoque sobre os países da América Latina e do Leste Asiático. Com base na teoria do duplo movimento de Polanyi, na teoria de recursos de poder e da hipótese de eficiência, propõe-se que tal processo se deu em escala global, como resposta à instabilidade do mercado como instância de provisão social diante das recorrentes crises financeiras em meio ao aprofundamento da globalização. Ao mesmo tempo, sugere-se que a magnitude da expansão dos Estados de bem-estar tardios deriva das correlações de forças conformadas pelas instituições políticas e pelas “coalizões ampliadas” que envolvem partidos políticos e as suas relações com elites nacionais, elites internacionalizadas, sindicatos e organizações da sociedade civil. Para avaliar empiricamente essas proposições, faz-se uso do método qualitativo histórico-comparado, do método quantitativo time-series cross-sectional, além de vasto conjunto de dados sobre gasto social e cobertura, nos setores das seguintes políticas sociais: educação, saúde, seguridade social, políticas ativas de mercado de trabalho e políticas de conciliação entre família e trabalho. Em seu conjunto, a evidência é consistente com as proposições: todos os países analisados demonstraram avanço das políticas sociais, embora em direções distintas (capítulo 2 e 3); b) os casos, com maior expansão do gasto social e que realizaram reformas com viés universalistas, combinaram abertura política com o advento de governos de esquerda vinculados a fortes organizações da sociedade civil e com menor dependência econômica do mercado internacional; de outro lado, os países que desenvolveram reformas residuais e mantiveram sistemas de proteção individualistas são dominados por elites políticas e econômicas associados a setores internacionalizados, dada a forte dependência do mercado global (capítulo 4 e 5). Com base nesses resultados, a tese conclui que o processo de expansão das políticas sociais foi produto da interação entre fatores exógenos e endógenos. Ao contrário do mote explicativo habitual na literatura sobre os Estados de bem-tardios, circunscrito à arena de disputa política institucional, constata-se que a interação entre atores dentro do sistema institucional político (partidos e governos) com atores fora (elites e organizações da sociedade civil) condiciona a capacidade de exercer redistribuição.