Mulheres embarcadas: gênero, família e trabalho na percepção de mulheres em espaços masculinos
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8486 |
Resumo: | Esta dissertação teve como objetivo examinar a relação entre a participação de mulheres em ambientes de trabalho masculinos e gênero. Como estudo de caso, focamos nossa pesquisa nos relatos das embarcadas, mulheres que trabalham em plataformas de petróleo. Nesta situação de trabalho, elas deixam o cotidiano que costumam ter em terra , para passar uma temporada de 14 dias na plataforma, lugar onde casa e trabalho se confundem. Para tanto, optou-se por uma análise qualitativa, fundamentada no ponto de vista das próprias embarcadas a respeito da relação entre sua vida dentro e fora da plataforma. Desta maneira, empreendemos, inicialmente, uma discussão cujas temáticas principais foram as imbricações entre gênero e trabalho e, assumimos como referenciais teórico-conceituais os conceitos de trajetória e habitus, formulados por Pierre Bourdieu. Por meio de entrevistas semi-estruturadas e conversas via internet e pessoalmente, foram colhidos depoimentos das embarcadas, o que permitiu a análise das percepções, significados e representações que envolvem os relatos contados. Assim, constatamos que existe uma estreita relação entre trabalho remunerado e vida familiar nas suas escolhas e opiniões. Elas vêem a presença da mulher como fundamental para a vida familiar, por isso, percebem o trabalho embarcado como incompatível com as responsabilidades que as mulheres assumem na família, principalmente com a maternidade. As embarcadas acreditam que esposa e marido conseguem encontrar alternativas para que elas continuem a embarcar, mas tais alternativas se mostram inviáveis quando da chegada dos filhos. Elas valorizam o trabalho remunerado, e não estão dispostas a deixá-lo em nenhum momento de suas trajetórias: o que elas desejam é trabalhar em terra e, assim conciliar maternidade e trabalho. Neste sentido, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e sua participação num ambiente predominantemente masculino não as levam a uma total adesão a valores igualitários entre os gêneros, mas a uma (re)atualização dos papéis tradicionais atribuídos a homens e mulheres. |