A retomada do mundo: fé, finitude e paradoxo a partir de Søren Kierkegaard
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22046 |
Resumo: | Esta tese reflete sobre o problema da relação entre fé e finitude no cristianismo a fim de defender que a experiência da fé cristã encontra sua plenitude não na negação da finitude – aqui compreendida como realidade concreta do mundo – mas em sua afirmação. Em outras palavras, que a fé cristã é plenamente realizada não no afastamento mas, antes, na imersão na realidade finita do mundo. Para tanto, tendo em vista que não tratamos da fé em abstrato mas, especificamente, da fé cristã, dedicamos o primeiro capítulo à exposição da teologia da cruz, de Martinho Lutero, como fundamento teológico e atmosfera a permear toda a reflexão dos capítulos seguintes. Ao afirmar que Deus se revela no ocultamento da Cruz, Lutero redireciona do infinito para o finito o olhar que busca o divino e desloca o lugar do conhecimento de Deus da razão para a fé: onde não se encontra o que a razão identifica como divino, há que se crer que Deus está presente. Passando de Lutero a Kierkegaard, buscamos, no segundo capítulo, definir o conceito kierkegaardiano de fé a partir de duas de suas obras fundamentais: Temor e tremor, de 1843, e Migalhas filosóficas, de 1844. Aí, vemos como Kierkegaard, através dos pseudônimos Johannes de Silentio e Johannes Climacus, compreende a fé como um duplo movimento de resignação e retomada do finito que a razão não dá conta, o que estabelece a fé não como algo irracional mas, antes, supra-racional. Em seguida, a partir da obra Pós-Escrito conclusivo, não-científico, às Migalhas filosóficas, de 1846, vemos como a finitude é parte constitutiva da fé cristã e lugar de sua realização, de modo que o indivíduo, em sua subjetividade, deve estar profundamente interessado no mundo, o que estabelece uma relação de amor para com ele. Por fim, o quarto capítulo visa apresentar como a existência na fé não se dá de maneira polar, nem na negação do finito em nome do infinito nem vice-versa, mas na manutenção paradoxal de ambos na tensão que compõe o si-mesmo, a saber, o indivíduo singular que existe na fé. |