As relações afetivas íntimas de adolescentes em situação de acolhimento institucional: um estudo de coocorrência da violência e seus fatores associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ribeiro, Liana Viana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18660
Resumo: Este estudo tem como objeto as relações afetivas íntimas de adolescentes em situação de acolhimento institucional e a ocorrência de violência. O estabelecimento de relações afetivas íntimas entre os adolescentes é um comportamento natural do próprio do ser humano, e quando vivida por adolescentes em acolhimento institucional, apresenta uma sequência de particularidades de dimensões individuais, estruturais e/ou sociais. Essas relações afetivas na adolescência são dotadas de novas experiências positivas e negativas, podendo ser permeada inclusive, por violência nas relações íntimas afetivas. O estudo teve como o objetivo analisar a prevalência e os fatores associados às violências nas relações afetivas íntimas de adolescentes em situação de acolhimento institucional. Optou-se por um estudo quantitativo, descritivo, exploratório do tipo seccional/transversal correlacional, com amostra de 74 adolescentes em acolhimento institucional público do município do Rio de Janeiro. A análise dos dados consistiu na descrição das variáveis de maneira uni bi e multivariadas de acordo com os objetivos do estudo. Foram utilizadas as técnicas de análise descritiva, exploratória e explanatória das variáveis estimando-se as prevalências, razão de prevalência (RP), razão de prevalência ajustada, as médias e calculando-se os respectivos intervalos de confiança a 95%. Também foram realizados procedimentos de modelagem estatística utilizando modelos de regressão logísticos com abordagem frequentista e bayesiana. Utilizaram-se os testes de hipótese e teste exato de Fisher. O perfil predominante dos adolescentes estudados foi sexo masculino, idade entre 12 a 15anos, cores de pele parda e preta, evangélicos e de escolaridade no ensino fundamental II. Os dados revelaram elevados percentuais de algum tipo de violência nas relações afetivas intimas (95,9%), sendo a psicológica e a física mais predominantes. Houve associação da cor de pele, religião e escolaridade como potencializadores de violência nas relações afetivas íntimas. Os participantes com início de vida sexual apresentaram maior ocorrência de violências em geral (83,1%), com prevalência na sexual (92,7%), psicológica (82,9%) e ameaça (81,6%). O uso de preservativo apresentou relação de cerca 10 vezes a chance de vivenciar violência sexual e a não vivencia de violência sexual anteriormente apresentou chances de 1,85 vezes de vivenciar ameaça nas relações afetivas íntimas. Os dados revelam que às violências nas relações afetivas íntimas e o uso de drogas são frequentes. As violências nas relações afetivas mais frequentes em relação aos responsáveis foram as relacionais (36,4%), psicológicas (31,4%) e físicas (31,1%) para algum membro familiar como responsável e ameaça (34,2%), relacional (33,3%) e física (31,1%) para a mãe. O nível de escolaridade e ocupação da figura paterna manifestaram-se como fatores de proteção para violências físicas e psicológicas. As violências nas relações de um modo geral foram mais frequentes nos grupos de amizade/pares que abandonaram os estudos e consumiam drogas lícitas e ilícitas. Recomenda-se novos estudos semelhantes em outras regiões do estado e do país que se avaliem a magnitude das violências nas relações afetivas íntimas e sua associação com os mesmos fatores desta pesquisa.