Denunciar o presente sob a pena do tragicômico: humor e resistência em João Melo e Pepetela

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Matos, Mayara Neres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21632
Resumo: João Melo e Pepetela são escritores angolanos cujas obras já se consolidaram, não só em Angola, mas fora de seu país natal. Contudo, ainda se pode ampliar a repercussão de seus estudos fora dos espaços da lusofonia. Esta pesquisa busca enfatizar como as obras desses dois escritores, para além de dialogarem com as temáticas nacionais, possuem características que transcendem o espaço angolano, tornando-se obras de caráter universal. Para tanto, consideramos a presença do humor, da ironia e de um viés tragicômico em algumas de suas narrativas como uma via poética que se estrutura em uma escrita para além da denúncia direta dos temas sociais angolanos. Ou seja, essa tese busca estudar algumas narrativas de João Melo e Pepetela que, pela via do tragicômico, encontram caminho poético para ressignificar o presente através da ironia, para apontar de modo ferino as incoerências históricas e sociais vividas em Angola. Escolhemos as obras Jaime Bunda – agente secreto (2001) e Jaime Bunda e a morte do americano (2003), de Pepetela; e O dia em que Charles Bossangwa chegou à América (2020), de João Melo. O suporte crítico dessa investigação está alicerçado pela Teoria Literária, pela Psicanálise e pela Sociologia, além, é claro, de estudos críticos de pesquisadores da literatura angolana. Consideramos que, pela pena da ironia, os autores inauguram o discurso da distopia, que dá sustento para que essas obras ultrapassem os espaços lusófonos. O humor encontrado nas obras escolhidas insere-as, a nosso ver, no patamar canônico da literatura universal e, de modo revigorado e resistente, os autores tratam das mazelas da história angolana contemporânea