Sobre seleções e apagamentos: história, memória e política de identidade em Caramelo de Sandra Asneros e Memory Mambo de Achy Obejas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Ferrari, Bruno
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6944
Resumo: O objetivo desta dissertação é investigar o papel da memória como forma de desnaturalização da história tradicional e como instrumento importante na articulação de uma política de identidade em Caramelo, da chicana Sandra Cisneros, e em Memory Mambo, da cubana-americana Achy Obejas. O trabalho focaliza as estratégias narrativas e temas utilizados pelas escritoras a fim de subverter a história tradicional. Em Caramelo, através do uso da polifonia e de elementos paratextuais e metaficcionais na narrativa, Cisneros cruza a fronteira entre o público e o privado, entrelaçando história e memória. Partindo das recordações pessoais que a personagem Soledad compartilha com sua neta Lala, Cisneros acaba por narrar a história do povo chicano, conferindo-lhe um caráter memorialista. Em Memory Mambo, Obejas também cruza a fronteira entre o público e o privado através do entrelaçamento das memórias contraditórias da família de imigrantes/ exilados Casas y Molina com eventos da história cubana. Ao problematizar a memória no exílio, Obejas rompe com uma tradição na literatura de exílio cubana de produzir representações históricas nostálgicas em relação a um passado idílico. Assim, ambas as escritoras questionam o status de verdade absoluta da história, enfatizando seu caráter artificial e contraditório, ao mesmo tempo em que ressaltam a natureza construída dos modos de representação.