O campo ciberativista no Brasil: atores, práticas e gramáticas em disputa no ciberespaço (1995-2018)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Raul Nunes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18683
Resumo: Essa pesquisa se insere no campo de Internet & Política a partir do debate sobre o ciberativismo no Brasil, com vistas a contribuir para a historicização do ciberativismo como um campo de disputas em torno da opinião pública. A tese enfrenta algumas das lacunas na literatura, como a compreensão do ciberativismo como um campo relativamente autônomo de disputas, a mobilização de um quadro analítico que parte do diálogo com as teorias dos movimentos sociais e uma análise diacrônica de seu desenvolvimento, levando em conta diferentes subcampos. Os dois primeiros capítulos buscam fornecer um quadro teórico-metodológico para a análise do objeto e os três últimos reconstituem os períodos do desenvolvimento do campo ciberativista no Brasil. Nesse sentido, o primeiro capítulo toma como base a teoria das subjetividades coletivas, como teoria geral, e a teoria dos campos, como teoria de médio alcance, para, a partir das diferentes vertentes das teorias dos movimentos sociais, elaborar as categorias analíticas de atores, práticas e gramáticas em interação. No segundo capítulo, o ciberativismo é tratado como objeto teórico e empírico, de modo a propor uma sociologia digital que utilize arquivos da web para a análise de redes sociais, destrinchando a construção do corpus, os parâmetros da análise e o uso de dados secundários. A parte propriamente empírica da tese empreende uma avaliação da hipótese segundo a qual o ciberativismo no Brasil pode ser considerado um campo estável de disputas. O período de emergência do campo é tratado no terceiro capítulo, que descreve a construção da sociedade em rede no país com a ação decisiva do IBASE, o surgimento dos primeiros portais ciberativistas nos anos 1990 e a interação entre os portais ampliados após a virada do milênio. O quarto capítulo explora a febre do ciberativismo a partir de 2005-6, que põe blogosferas em disputa e abre o período de consolidação, em que três grandes subcampos se formam e caminham para a institucionalização: o de centro-esquerda, o de centro-direita e o de direita-radical; além disso, abre um debate sobre o subcampo ciberfeminista. No quinto e último capítulo, a rotinização do campo ciberativista é observada a partir das manifestações de 2013 e da abertura de um novo ambiente comunicacional, com a plataformização da web. A tese conclui que o ciberativismo emergiu e se consolidou como campo de ação por meio das interações entre blogosferas e que com a abertura de um novo cenário técnico e político em 2013 esse campo passa por reacomodações, com uma migração para as plataformas de redes sociais. Finalmente, essa pesquisa entende que o campo ciberativista se constituiu não só como um polo de agendamento da opinião pública, mas antes, entra na disputa no mercado de informação como espaço legítimo de produção da opinião pública.